As condições climáticas estão diretamente ligadas ao cotidiano do agricultor, que está sempre em busca de informações sobre e dados relacionados a previsão do tempo que lhe possibilitem a correta tomada de decisão em relação ao que fazer para garantir a produtividade das lavouras e/ou do rebanho. As alternativas para superar as adversidades climáticas foram o tema central do painel da quinta-feira (21), no período vespertino, no Estande da Embrapa, durante a Showtec 2016.
Durante as três palestras do Painel, que reuniu informações sobre época de semeadura, irrigação completar e outorga do uso da água no MS, os cerca de 70 participantes, entre produtores, estudantes, pesquisadores e técnicos interessados na temática obtiveram informações que devem contribuir com o cotidiano de trabalho dos mesmos.
Em sua palestra, intitulada “Posicionamento estratégico dos componenetes dos sistemas de produção”, o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Rodrigo Arroyo Garcia ressaltou a importância da presença da palha no sistema produtivo, destacando a importância para a redução da temperatura principalmente em solos arenosos. Ele explicou que as pesquisas tem demonstrado que a palha pode reduzir em média até 15º C da temperatura do solo, amenizando os danos nas sementes e plântulas logo após a semeadura.
Ele enfatizou ainda a neccessidade de uso de sistemas de produção diversos, que podem contribuir com a produção de palha para apoiar a safra principal. Dentre as estratégias, destacou a produção consorciada de milho com braquiaria, sorgo, crotalária e milheto.
- O uso da palhada pode contribuir com inúmeros benefícios, entre eles destacam-se: menor amplitude térmica do solo, menor evaporação, drenagem mais eficiente, maior armazenamento de água, maior disponibilidade e retenção de nutrientes e maior atividade biologica – disse Rodrigo.
Outro aspecto muito importante é o posicionamento adequado de cultivares e espécies para dimunir os ricos climáticos, ou seja, a escolha da cultivar certa, semeada na época certa, reduzem esses riscos. Trabalhos sobre diversas espécies foram apresentados ressaltando a importância da época de semeadura em que os riscos climáticos são menores.
- Respeitar o zoneamento agrícola pode reduzir os riscos das adversidades climáticas, tão corriqueiros na agricultura tropical – explicou Rodrigo.
O pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Danilton Luiz Flumignan, em sua palestra, apresentou inúmeras considerações sobre irrigação complementar em sistemas de produção de soja e de milho. O Sul do Mato Grosso do Sul possui Clima Tropical de Monções, ou seja, é uma zona de transição, o que implica em grande inconsistência com relação as chuvas. Por vezes, as chuvas são localizdas, outras vezes com alta intensidade, e em outras situações ainda podem ocorrer verânicos (período sem chuvas e de altas temperaturas).
Segundo Danilton, a irrigação é mais uma estratégia que o produtor pode utilizar para reduzir os impactos das adversidades climáticas. Ele enfatizou que a irrigação pura e simples não resolve o problema do agricultor e explicou que quando utilizada a irrigação deve vir acompanhada de outras tecnologias fundamentais no manejo adequado das lavouras.
As pesquisas sobre a viabilidade econômica da produção, revelam que a irrigação complementar em soja e milho é viável.
- Nossos estudos demonstram que 21% do custo de produção é destinado aos gastos com irrigação, incluindo a energia elétrica necessária para a utilização da irrigação com pivô central, que foi o modelo que pesquisamos – disse Danilton.
Ele esclareceu ainda que nesse percentual não estão inclusos os insvestimentos para a aquisição e a implantação do sistema.
Outorga do uso da água
Outorga do uso da água foi o tema da terceira palestra da tarde, proferida por Tamíris Azoia de Souza, do Imasul. Ela explicou que a outorga de uso de recursos hidricos no Mato Grosso do Sul foi implantada em dezembro do ano passado. Segundo ela, esse é o momento dos produtores rurais se cadastrarem e isso pode ser feito por meio do site do Imasul.
- A outorga de uso da água pretende proporcionar mecanismos de gerenciamento do uso da água no Estado, garantindo usos múltiplos para as diferentes finalidades: irrigação, energia elétrica, piscicultura, industrial e, principalmente, para o uso prioritário da água, que é o para consumo humano e animal – explicou ela.
A outorga é regida pela Política Nacional de Recursos Hídricos, Lei nº 9.433/1997, do Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos e também pela Politica Estadual de Recursos Hidricos, Lei nº 2.406/2002.
- A água é um bem de utilidade pública e todos tem direito ao acesso o água e essa Lei tem como obejtivo garantir o acesso de todos, a esse bem tão importante para a manutenção da vida – explicou Tamíris.
Fonte: Embrapa