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INÍCIO DA COLHEITA DE SOJA NO PR FRUSTRA O PRODUTOR

Acostumado a alta produtividade proporcionada pelo solo do Vale do Rio Ivaí, o produtor Luiz Alberto Palaro, de Floresta (a 30 quilômetros de Maringá), decepcionou-se, ontem, ao carregar o primeiro caminhão com a soja colhida na safra atual. A média foi de “apenas” 50 sacas, por hectare; uma frustração, perto das 65, que ele se acostumou a retirar nas mesmas terras, nos ciclos anteriores. Com a experiência de muitos anos no cultivo do grão, o agricultor tem certo de que a culpa pelo resultado foi do excesso de chuvas na região nos últimos meses.

Pior que a situação do produtor de Floresta foi a da família Mori, de Ivatuba (a 46 quilômetros de Maringá), também acostumada a colher até 70 sacas, por hectare. Ao iniciar a colheita no fim de semana, a média alcançada foi de apenas 35 sacas.

“Estes são apenas os primeiros dias da colheita e não dá para dizer que vai ser assim até o fim”, destaca Palaro, esforçando-se para acreditar que a quebra pode ter sido apenas na soja que abriu o plantio, na segunda quinzena de setembro, logo após o término do vazio sanitário imposto pelo Ministério da Agricultura.

De acordo com ele, a chuva é decisiva para o sucesso de uma safra, mas, neste ano, por causa do fenômeno El Niño, foi diferente. “Além de ter chovido muito nestas últimas semanas, o que pode afetar o desenvolvimento radicular e até mesmo difundir doenças na lavoura, esta safra pegou muitos dias de céu nublado e a falta da luz do sol não deixa a planta se desenvolver como deve e, assim, os grãos não crescem o suficiente”, ressalta.

A preocupação dos produtores, agora, é com os próximos dias, que, segundo as previsões meteorológicas, devem ser de sol forte. Eles temem que o excesso de sol depois de um período com tantas chuvas possa “queimar” a lavoura e também comprometer os grãos que ainda estão em desenvolvimento.

Outros agricultores, que se preparam para iniciar a colheita, hoje e amanhã, também estão certos de que já tiveram perdas. Flávio Kobata, de Floresta, um dos campeões de produtividade no Paraná, diz que é visível que a granulação da soja dele, neste ano, esteve aquém das safras anteriores. Ele também acha que faltou luz do sol no momento da formação dos grãos.

Cheias

O Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura ainda não pretende fazer revisão da estimativa inicial. Segundo o economista Dorival Basta, só se pode considerar possível quebra na produção na medida em que a colheita avança. Por enquanto, está sendo colhida apenas a safra plantada no início da segunda quinzena de setembro, o que não significa que a que foi plantada mais tarde também esteja com produtividade abaixo da esperada. Dois produtores do Arenito do Caiuá, em Flórida e Atalaia, conseguiram 54 sacas, por hectare, uma produtividade considerada boa para as condições do arenito.

“No momento, realizamos o levantamento dos danos que podem ter sido provocados na produção agrícola pelas cheias dos rios da região”, explica Moisés Barion Bolonhez, também economista do Deral, em Maringá. Segundo ele, na Bacia do Rio Pirapó, muitos hectares de soja ribeirinha foram cobertos pelas cheias, “mas isto não significa que tenham sido prejudicados, pois a água recuou rápido e só daqui a umas duas semanas será possível saber se a cultura foi afetada”. O Deral acredita que se houver perda por causa das cheias, ela não deve se inferior a um por cento da produção esperada pelos municípios do noroeste paranaense.

 
Fonte: O Diário de Maringá – 19/01/2016

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Fonte: Sistema FAEP



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