A colheita da uva começa no fim do mês na Serra Gaúcha, maior região produtora da fruta do país. O clima provocou perdas de até 80% em alguns parreirais.
O produtor Cladir Garibaldi tem quatro hectares plantados de uva bordô em Flores da Cunha, na Serra Gaúcha. A única fonte de renda da família neste ano é sinônimo de grandes prejuízos.
- Eu ia produzir uns 100 mil quilos de uva bordô. Esse ano, vou produzir 20 mil quilos. A perda foi grande – diz.
Há espaços vazios nos parreirais onde deveria ter frutos. Segundo a Associação dos Produtores de Flores da Cunha, a safra esperada no município de 88 milhões de quilos de uva deve cair para 40 milhões.
Além da baixa produtividade, o que brotou da uva também desanima o agricultor. O tamanho do cacho impressiona. Um cacho normal seria cinco vezes maior em relação ao que será colhido.
- A parreira foi muito judiada. Ela teve que brotar antes do tempo. Ela brotou fora de época, por causa do calor fora de época. Aí, veio a geada e queimou. Ela teve que brotar de novo. Aí, ela não teve força suficiente para poder ter uma carga normal de uva e o cacho ficou menor – explica Olir Schiavenin, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais.
A produção menor já fez aumentar o preço da fruta. O quilo da uva isabel é vendido por R$ 0,78, valor 15% maior em relação à safra passada.
Fonte: Globo Rural