A música caipira, também conhecida como música raiz, começou no campo e reinou durante décadas na preferência popular. Agora, se espalhou por todo o país através do sertanejo moderno, que atrai multidões em shows milionários. Mas as duas podem conviver juntas?

Em um bairro rural de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, no estado de São Paulo, o povo se reúne para um show de música caipira. No palco, estão os artistas mineiros Zé Mulato e Cassiano, que na estrada há 45 anos. Os dois mantêm a formação básica da música caipira: com o casal de instrumentos, viola e violão, e o canto em dueto. Muitos consideram Zé Mulato e Cassiano a dupla caipira mais autêntica e mais criativa da atualidade.

A música caipira tem seus vultos históricos. O primeiro deles – e talvez o mais importante – nasceu em uma casinha, recentemente restaurada, na cidade de Tietê, à beira do rio de mesmo nome. Com o passar do tempo, essa música caipira de raiz foi se transformando e confirmando o gosto popular.

O mundo da música no Brasil acompanha uma enorme mudança e vê crescer um fenômeno comercial: das 100 músicas mais tocadas nas rádios brasileiras, 59 são desse novo estilo sertanejo. O negócio rende milhões e milhões de reais por dia. É o setor que mais arrecada direitos autorais. A cada 10 shows feitos em festas do peão e feiras agropecuárias, sete são desse gênero.

Uma das duplas de maior sucesso do chamado sertanejo moderno é Victor e Léo. Além de intérpretes, são compositores, arranjadores e produtores.

Criando novos estilos, inventando nomes e até mesmo se reinventando, a música caipira continua em alta, quase cem anos depois de seu primeiro disco. Apesar de contestada pelos mais conservadores, a fase atual continua com mais sucesso do que nunca.

Fonte: Globo Rural