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CHUVA ATRAPALHA COLHEITA, PLANTIO E TRANSPORTE DE GRÃOS NO PARANÁ

O excesso de chuvas começa a preocupar no campo. Por causa da umidade, os produtores não podem colher os grães de soja, feijão e milho e tampouco iniciar o preparo para o plantio das próxima safra. Além disso, as estradas turais oferecem entraves para o escoamento da produção. Francisco Carlos Siminoni, chefe do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado de Abastecimento (Seab), ressalta que os produtores estão encontrando problemas para levar a produção até as cooperativas por causa da qualidade destas estradas.
Embora cada uma das culturas esteja em fases diferentes, o feijão que tem 40% da safra está suscetível a umidade, por estar em fase de floração e frutificação, é a que mais preocupa. “O Paraná é o maior produtor de feijão do País”, explica Siminoni. A produção da 1ª safra, cultivada em 180 nil hectares e estimada em 325 mil toneladas, vem praticamente toda da agricultura familiar, assim como a segunda safra, que já teve iniciada o plantio de 388 mil hectares e render 388 mil toneladas.
Simioni explica que o feijão, de todos os grãos citados, é o que apodrece mais facilmente, sendo impossível colher a leguminosa sobre chuva. Além disso, o grão molhado também não pode ser armazenado, pois começa a brotar, tornando-se impróprio para o consumo. Esse mesmo problema acontece com o soja e milho. “Se você colher o grão com um teor de umidade de 26%, por exemplo, será necessário que ele passe por um processo de secagem para ser estocado”, explica. O teor de umidade aceitável é de 12% a 13%. “E isso encarece o custo o armazenamento do produto”, diz.
Cultivo da 2ª safra de milho ameaçada
No caso do milho, Simioni revela que a preocupação está no plantio a 2ª safra, que hoje é mais importante do estado e tem um período de plantio muito pequeno. “Precisamos tira a soja do campo para começar a plantar o milho”, afirma. A 2ª safra de está estimada em 11,8 milhões de toneladas, a serem colhidas em 2 milhões de hectares cultivados. A área plantada é quase cinco vezes maior a da 1ª safra, na qual o Estado colhe 3, 7 milhões de toneladas, produzidas em 429 mil hectares.
Simioni revela que se o produtor perder a janela de plantio, entre janeiro e fevereiro, a cultura pode ser prejuicada no inverno, como a falta de água ou geadas em um período importante para a planta. “A 2ª safra ganhou importância porque o produtor percebeu que consegue preço melhor quando tem o grão pra vender na entressafra, que ocorre entre junho e julho”, conta. Como o ciclo da cultura de milho é de 130 dias, em média, é exatamente na entressafra que o produtor colhe. 
Em relação a soja, o chefe da conjuntura do Deral, Marcelo Garrido, ainda é cedo para avaliar os efeitos das chuvas, mas elas impedem que os produtores entrem nas lavouras para fazer a colheita e aplicar defensivos necessários para o controle de doenças que aparecem com o excesso de umidade. “Com isso, pode haver uma perda da qualidade do grão, com o produtor recebendo menos pela produção. Mas, comparativamente, a seca costuma ser mais nociva para a soja do que a chuva” diz.
A previsão do Deral é que o Paraná colha 18 milhões de toneladas de soja nessa safra, produção que, se for confirmada, será 7% superior à anterior e maior da história. A área plantada é 3% maior em relação à do ano passado, somando 5,2 milhões de hectares. A produtividade estimada é de 3.438 quilos por hectare, 4% superior à safra passada.
As regiões Sudoeste e Oeste são as primeiras a iniciar a colheita da soja, seguida pela região Norte do Estado, atualmente uma das mais atingidas pelas chuvas. O auge da colheita no Paraná ocorre entre a última semana de janeiro e as primeiras semanas de fevereiro. Mas, nos últimos anos, devido ao uso de cultivares precoces, a colheita tem começado mais cedo. Segundo relatório do Deral do último dia 11 de janeiro, 56% das lavouras já estão em fase de frutificação e 87% delas se encontravam em boas condições.
Fonte: Bem Paraná

Fonte: Canal do Produtor



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