A Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora de alimentos e medicamentos dos EUA, aprovou a primeira galinha geneticamente modificada (GM) do mundo. A variedade, entretanto, não é a mesma que é usada para alimentação humana. A ave transgênica, cuja produção foi regulamentada em dezembro de 2015, produz um medicamento em seus ovos capaz de tratar pessoas com uma rara condição genética, a Deficiência de Lipase Ácida Lisossômica (LAL).
A galinha GM produz em seus ovos a Sebelipase alfa, enzima cujo nome comercial é Kanuma. Também conhecida como Doença de Wolman, a LAL é uma condição rara e afeta menos de 200.000 mil pessoas nos Estados Unidos, aproximadamente 0,05% da população do país. Entretanto, o mal é especialmente perigoso para crianças, levando recém-nascidos quase sempre ao óbito. Os portadores da doença não possuem a enzima responsável por degradar colesterol esterificado e triglicerídeos. Isso faz com que, progressivamente, essas gorduras se acumulem no fígado, nos intestinos e na parede de vasos sanguíneos.
O Kanuma pode ser extraído da clara dos ovos postos pelos animais transgênicos e ministrado nas veias dos que possuem a deficiência. “Ao usar o medicamento fruto dessa tecnologia, o portador da Doença de Wolman terá, pela primeira vez, qualidade de vida e chances de sobrevivência”, afirma a diretora do Centro de Avaliação de Medicamentos da FDA, Janet Woodcock. Segundo a pesquisadora, o novo remédio foi testado inúmeras vezes e o resultado foi uma melhora significativa dos pacientes tratados com o Kanuma quando comparados com aqueles que foram submetidos ao placebo.
A diretora do Centro de Medicina Veterinária do FDA, Bernadette Dunham, também afirmou que, além da característica introduzida, os animais são iguais àqueles não geneticamente modificados.
- Mesmo assim, nós faremos um rigoroso monitoramento para garantir que nem as galinhas nem os ovos que elas produzem entrem na cadeia alimentar humana – garante Dunham.
O animal GM faz parte de uma nova geração de transgênicos que produz compostos medicinais, as biofábricas.
Fonte: FDA/ CIB – Conselho de Informações sobre Biotecnologia