A previsão de melhora nas exportações brasileiras deve manter os preços no setor de bovinos de corte firmes em 2016, aponta as estimativas do Rabobank.
Além da desvalorização do real frente ao dólar, aliado a reabertura do mercado chinês e a crescente possibilidade de início dos embarques de carne in natura para os EUA, o banco considera que a menor oferta de carne bovina australiana deve favorecer os embarques e certamente impulsionarão ainda mais as vendas brasileira neste ano.
Entretanto, a fraca demanda interna deve persistir em 2016, sendo um dos principais fatores que impedirão altas mais expressivas no preço da arroba, mesmo com o bom desempenho projetado para as exportações. Portanto, as cotações médias do boi gordo devem manter-se relativamente estáveis em relação ao valor médio real de 2015.
Oferta
Segundo as projeções do Rabobank para 2016, a oferta global de carne bovina apresentará leve recuperação após o baixo desempenho observado em 2015, sobretudo considerando uma recuperação na produção dos EUA e da Índia.
Ainda assim, o banco ressalta que a forte queda prevista para as exportações australianas deve limitar o volume de carne disponível no mercado internacional e o comércio global de carne bovina ainda não deve retomar aos volumes de 2014.
No Brasil, a produção de carne bovina deve apresentar leve recuperação em 2016, com crescimento entre 3% e 4%. Com isso, o volume total produzido ainda não deve alcançar os patamares de 2014, o que só deve acontecer em 2017.
Segundo o Rabobank o aumento dos custos com ração, em função da alta nas cotações de grãos no mercado interno deve limitar o crescimento da produção intensiva em 2016. "Porém, a melhora operacional e gerencial observada nos últimos anos nos confinamentos brasileiros – que terminam animais mais jovens e mais pesados – deve manter a atividade atrativa", explica em seu relatório.
Indústria
A perspectiva do banco para frigoríficos com operações no Brasil é de manutenção nas margens em níveis favoráveis neste ano. Brasil. A esperada recuperação das exportações, aliada à forte desvalorização do dólar em relação ao real, contribuirá para a manutenção das margens dos frigoríficos com acesso ao mercado externo. O ajuste da capacidade de abate realizado em 2015, com a redução do número de plantas, também trazem um ambiente mais favorável para a indústria no Brasil.
Em relação ao mercado interno, a expectativa de um ambiente econômico ainda negativo limita o poder de reação do consumidor brasileiro, que deve continuar a procurar alternativas mais baratas, migrando parte de suas compras para produtos substitutos. Nesse cenário, para 2016, a indústria de carne bovina deve continuar investindo em garantia de qualidade, rastreabilidade e controle sanitário rígido, pois o mercado externo parece ser a principal rota de crescimento.
Mercado de reposição
A retenção de fêmeas observada nos últimos trimestres – resultado dos altos níveis de preços para os bezerros – deverá trazer uma maior oferta para a reposição a partir do segundo semestre de 2016. Com isso, a relação de troca bezerro/boi gordo deverá voltar a ficar mais próximo dos patamares históricos.
Ainda assim, esse efeito ainda não deve ser amplamente percebido na primeira metade de ano e "os produtores que atuam nos ciclos de recria e engorda devem manter o foco no ganho de eficiência para compensar o maior custo da aquisição de bezerros no período", ressalta o Rabobank em nota.
Fonte: Notícias Agrícolas
Fonte: Canal do Produtor