A seca que atingiu o Espírito Santo em 2015 gerou uma queda de até 50% na produção do café Conilon no estado. A informação é do presidente da Federação da Agricultura, Júlio Rocha. De acordo com o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), outros setores alimentícios também foram prejudicados.
Um levantamento realizado pelo Incaper também indicou queda na produção de frutas e olerícolas, além do café. A exceção é a cultura da pimenta-do-reino que registrou aumento na safra, superando as expectativas.
O Incaper prevê que a queda na produção agrícola no Espírito Santo se confirme também para o começo de 2016.
“No final de 2013 a gente teve uma enchente assustadora, que deu prejuízos imensos. E aí mal tinha se recuperado daquela situação, veio esse seca que pegou principalmente o café, que é o carro-chefe da economia primária”, disse.
Números
De acordo com o Incaper, a cafeicultura, que responde por 37,6% do Valor Bruto da Produção Agropecuária Capixaba (VBPA), é um dos setores mais impactados.
A produção de café no Espírito Santo sofreu uma redução de 22,9%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, a área colhida sofreu redução de apenas 0,2%.
Mas, segundo o da Federação da Agricultura no Espírito Santo, Júlio Rocha, esses números são ainda mais alarmantes.
“Se fosse 22%, seria menos pior, mas na verdade é maior. O café Conilon, que produz em torno de 9 ou 9,5 milhões de sacas, perdeu até 50%. E o arábica perdeu 30% na safra passada. Com o comprometimento da florada recente, já esta comprometida a próxima florada”, explicou.
A queda na produção também se confirma com relação aos produtos alimentares básicos. Os dados indicam redução de 34% na área colhida e 36,8% na produção de milho.
No caso da mandioca, os levantamentos revelam diminuição de 9,6% na área colhida e de 12,3% na produção. De forma geral, a queda na produção foi estimada em 17,8%.
Com relação à fruticultura, o levantamento do IBGE aponta uma queda de 13,8% na produção, embora a área colhida tenha tido um aumento de 1,1%.
Frutas como mamão, abacaxi, banana, tangerina e manga apresentaram pouco recuo na produção, apesar da previsão de aumento significativo de área plantada. No caso da lichia e do açaí, a estimativa é de que a produção, apesar de pequena, tenha um aumento significativo.
Na olericultura, o levantamento mostra expansão de 14,7% na área colhida. Apesar disso, a estimativa é de uma queda na produção de 2,1%.
Fonte: G1 – ES
Fonte: Canal do Produtor