O Porto de Paranaguá não terá vida fácil neste início de ano. Com previsão de muita chuva em função do El Niño e ainda sem contar com um sistema de cobertura para carregar os navios nestas condições, o terminal precisa que São Pedro colabore para continuar com o ritmo acelerado de embarques dos granéis para que possa bater novo recorde.
Diante da forte pressão das exportações, em função do dólar na casa dos R$ 4 e do início da colheita da safra 2015/16, Paranaguá é uma das principais portas de saída de granéis. No ano passado, 16,1 milhões de toneladas de soja em grão, milho, farelo de soja, açúcar e trigo deixam o país via o terminal. A quantidade supera o recorde de 2012 – 15,9 mi/t. No total, as remessas brasileiras ao exterior atingiram 97 milhões de t em 2015, salto de 17 milhões de t em relação a 2014.
- Compramos equipamentos de primeira linha e vamos colher os frutos. Além de bater recorde em 2016, vamos resgatar cargas que perdemos para os portos vizinhos nas últimas décadas – afirma Luiz Henrique Dividino, superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa).
Chuvas
No ano passado, 108 dias de chuvas inviabilizam os embarques, período 52% maior em relação à temporada 2014 (71 dias). Em outubro e novembro foram 15 dias de condições climáticas desfavoráveis em cada mês.
Mesmo com chuva, a Appa aposta no desempenho dos quatro novos shiploaders (carregadores de navios), que aumentaram em 33% a produtividade do porto, para suprir a demanda nacional.
- Sabemos os obstáculos da chuva. Os períodos de operação serão otimizados ao máximo – diz Dividino.
Em meados de 2012, a direção da Appa analisava dois projetos para o embarque de navios graneleiros mesmo com chuva. O de cobertura para o navio inteiro, ao custo de US$ 60 milhões para implantação, foi descartado em função da vulnerabilidade. O de cobertura apenas para o porão (cada navio tem dois porões), ainda está na pauta.
- Os projetos iniciais foram descartados porque não ofereciam segurança para enfrentar a operação com chuva. Não pode colocar em risco a carga de um cliente. O modelo flexível para porão foi aperfeiçoado e continuamos analisando – diz o superintendente.
Fonte: Gazeta do Povo