O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) em alerta de mercado divulgado nesta segunda-feira (4/1) observa que as primeiras impressões para a safra 2016/2017 de laranja em São Paulo e no Triângulo Mineiro são de bons preços aos produtores, porque não há expectativa de produção elevada e os estoques das indústrias devem fechar a temporada atual (em junho de 2016) no nível estratégico de 300 mil toneladas.
Segundo os técnicos do Cepea, as floradas ocorridas em agosto e setembro do ano passado foram abundantes na maioria dospomares, já que as plantas produziram pouco em 2015/2016, e as condições climáticas favoreceram o “pegamento” das flores.
Entretanto, dizem eles, as temperaturas elevadas em outubro causaram abortamento significativo de chumbinhos (alguns já com tamanho semelhante ao de uma azeitona), e praticamente não houve novas floradas, visto que o solo estava úmido – para a abertura de flores, é necessário que haja estresse hídrico.
Na opinião dos técnicos este cenário pode novamente resultar em oferta restrita de laranja e implicar em também nova redução dos estoques das indústrias paulistas. Eles lembram que a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos(CitrusBR) divulgou no mês passado a estimativa que as indústrias paulistas devem iniciar a safra 2016/2017 (em 1º de julho/16) com estoques de 300 mil toneladas de suco de laranja, em equivalente concentrado, queda de 41% em relação ao mesmo período de 2015.
Eles comentam que ao final da safra 2016/2017 o estoque pode ser ainda menor. Eles observam que o resultado não depende apenas da produção de laranjas em 2016/2017, mas também do rendimento industrial das frutas e do desempenho das vendas.
- De qualquer forma, com base em fundamentos disponíveis no final de 2015, vislumbra-se que, por mais um ano, a demanda industrial pode ser aquecida em uma safra de produção limitada – dizem eles.
Na avaliação dos técnicos, se essas estimativas se confirmarem os produtores podem receber propostas atrativas também na próxima temporada.
- Vale ressaltar, contudo, que uma parcela dos citricultores já negociou, em 2015, também as laranjas 2016/2017. Todo esse cenário deve reduzir a oferta para o segmento in natura, que também pagaria mais ao citricultor – falou.
Fonte: Globo Rural