A Federação de Agricultura de Goiás (Faeg), quarto principal produtor de soja do país, reduziu sua previsão para a safra da oleaginosa no Estado em 2015/16 para 9,8 milhões de toneladas, ante uma projeção inicial de 10,4 milhões de toneladas (-5,8 por cento), disse à Reuters um especialista de grãos da entidade.
- A região centro-norte do Estado está muito complicada – disse o consultor técnico do Senar/Faeg, Cristiano Palavro, destacando falta de chuvas naquela área, além de precipitações irregulares na metade sul do Estado, onde está concentrada a maior parte da produção.
Goiás fica atrás apenas de Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul no cultivo de soja no país.
- A gente trabalhava com 10,4 milhões de toneladas, mas esse resultado muito dificilmente vamos conseguir – disse o técnico.
Segundo ele, aproximadamente 300 mil toneladas foram retiradas das projeções para a metade norte de Goiás, onde o fenômeno climático El Niño está limitando bastante o volume de chuvas.
- O plantio ainda não foi concluído nessa região. Algumas lavouras estão no segundo ou terceiro plantio – afirmou Palavro.
No Sudoeste goiano, onde o município de Rio Verde é o principal polo produtor, as áreas de cultivo são bem mais extensas e as perdas ficam proporcionalmente menores. Também para essa região a estimativa da Faeg é de uma quebra de aproximadamente 300 mil toneladas ante a previsão inicial da temporada.
- As condições são de regulares a boas – afirmou o especialista, destacando prejuízos pontuais em áreas isoladas.
As últimas duas safras foram de seca generalizada em Goiás e de perdas de produtividade.
Com este histórico e a perspectiva de um El Niño ainda ativo no início do próximo ano, não se pode descartar novas reduções nas produtividades de Goiás.
- Isso tem que ser acompanhado semana a semana, mês a mês, para saber o que vai acontecer – disse Palavro, ressaltando as incertezas que ainda cercam a safra 2015/16.
Fonte: Reuters