A safra de café do Brasil das espécies arábica e conilon está estimada, para este ano, em 43,24 milhões de sacas de 60 quilos do produto beneficiado. O resultado, em período de baixa bienalidade da cultura para a maioria das regiões, com exceção da Zona da Mata Mineira, representa queda de 5,3%, quando comparado à produção de 45,64 milhões de sacas obtidas no ano passado. É o que indica o terceiro levantamento, divulgado nesta quinta-feira (17) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Com relação à pesquisa realizada em setembro (42,15 milhões de sacas), houve um aumento de 2,7% ou o equivalente a 1,1 milhão de sacas. Isso se deve, principalmente, ao ganho na carga produtiva de café em coco medida no período da colheita e ao rendimento do café beneficiado.
A produção do café arábica deve ser de 32 milhões de sacas, o que representa 74,1% do total do país. Há uma redução de 1,7%, devido baixa de 1.532,7 mil sacas no Cerrado Mineiro e 524,9 mil em São Paulo, correspondendo a 26,6 e 11,4%, respectivamente.
A espécie apresenta ganho de produção apenas na Zona da Mata Mineira, Paraná, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Esta região de Minas está em ano de bienalidade positiva e, apesar das condições climáticas adversas, tem boa produtividade. No Paraná, Espírito Santo e Rio de Janeiro a produção recupera-se das condições climáticas adversas, superando a safra anterior.
O conilon deve colher 11,19 milhões de sacas, o que representa uma redução de 14,2%, devido a queda da produção no Espírito Santo, maior estado produtor da espécie. O resultado se deve à estiagem da safra atual, com as lavouras do estado afetadas por déficit hídrico, elevadas temperaturas e grande insolação nos primeiros meses do ano, o que levou à má formação dos grãos.
ÁREA – Para a área total plantada no país com as espécies arábica e conilon, o levantamento estima 2.248,9 mil hectares, que é 0,9% inferior à da safra passada e corresponde a uma redução de 19.707,5 hectares. Desse total, 326,8 mil hectares (14,5%) estão em formação e 1.922,1 mil hectares (85,5%) estão em processo produtivo.
Com relação ao café arábica, a área plantada no país soma 1.766,9 mil hectares. Nesta safra, houve um decréscimo de 1,1% ou o equivalente a 18.860,5 hectares. Minas Gerais concentra a maior área com a espécie, com 1.190,6 mil hectares, seguido de São Paulo com 213 mil hectares. Já para o café conilon, há uma redução de 0,2% na área, estimada em 482 mil hectares.
Cana-de-açucar- A safra 2015/2016 de cana-de-açúcar produzida pelo Brasil pode chegar a 658,7 milhões de toneladas, com um aumento de 3,8% em relação à safra anterior, quando foram colhidas 634,8 milhões de toneladas. Este levantamento é o terceiro do ano realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e divulgado nesta quinta-feira (17).
A estimativa de um aumento na produção e na produtividade (3,9%) se deve, sobretudo, à participação dos canaviais da região Centro-Sul que não sofreram os efeitos da falta de chuvas na safra anterior e que afetaram a produtividade. O estudo mostra também que a área de colheita teve um pequeno decréscimo.
A maior parte da cana colhida vai ser destinada à fabricação de etanol, que representa 57,9% de toda produção. O etanol total deve ter um aumento de 1,9% ou cerca de 554 milhões de litros, passando de 28,66 para 29,21 bilhões de litros, enquanto que o hidratado, utilizado nos veículos “flex-fuel”, pode subir mais 7,4% ou o equivalente a 1,25 bilhões de litros. A marca sai de 16,9 bilhões para 18,2 bilhões de litros. Entre as regiões, o Sul não apresentou aumento na produção de etanol hidratado. Já o anidro, destinado à mistura com gasolina, teve redução de 6% (699,8 mil litros), passando de 11,7 bilhões para 11 bilhões de litros.
Para a produção de açúcar, está prevista uma redução de 2,7%. A estimativa é que deve cair das 35,56 milhões para 34,61 milhões de toneladas, o que representa 947,5 mil toneladas a menos. Os responsáveis pela queda nacional são os estados de São Paulo, Alagoas, Minas Gerais e Goiás que valorizaram mais a produção de etanol nesta safra.
A estimativa é que a moagem já chegou a 86,5% do volume colhido no país, sendo 90,2% na região Centro-Sul e 46,3% na Norte/Nordeste.
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Fonte: CONAB