Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho iniciaram o pregão desta quarta-feira (9) com leve alta, próximos da estabilidade. As principais posições da commodity exibiam ganhos entre 0,50 e 1,25 pontos, por volta das 6h40 (horário de Brasília). O vencimento dezembro/15 era cotado a US$ 3,71 por bushel, depois de encerrar o dia a anterior a US$ 3,70 por bushel.
O mercado registra ligeira movimentação e a tendência é que permaneça assim até a divulgação do novo boletim de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que será reportado na tarde de hoje. Desde o início da semana, os participantes do mercado já estão ajustando as suas posições.
Na visão dos analistas, a perspectiva é que o órgão não indique muitas alterações nesse relatório e mantenha grande parte dos números indicados em novembro. Contudo, o departamento pode revisar os estoques finais americanos da temporada 2015/16 de 44,70 milhões para 44,94 milhões de toneladas. Já os estoques finais globais, deverão registrar um aumento de 0,3 milhão de toneladas, conforme a projeção dos investidores. No mês anterior, o órgão surpreendeu o mercado ao indicar os estoques mundiais em 211,91 milhões de toneladas, em outubro o número estava em 187,83 milhões de toneladas.
Confira como fechou o mercado nesta terça-feira:
Milho: Com valorização do câmbio, preço sobe 2,94% em Paranaguá e saca retoma o patamar de R$ 35,00
Nesta terça-feira (8), o preço da saca do milho negociada no Porto de Paranaguá subiu 2,94% e terminou o dia a R$ 35,00. Apesar da baixa movimentação registrada no mercado internacional, a cotação acabou encontrando suporte na forte valorização observada no câmbio. A moeda norte-americana fechou a R$ 3,8100 na venda, com alta de 1,36%.
Por sua vez, o câmbio refletiu o ambiente de aversão ao risco nos mercados internacionais frente aos dados mais fracos sobre a economia da China, conforme informações reportadas pela agência Reuters. Além disso, o recuo dos preços do petróleo também contribuiu para impulsionar o dólar.
Ainda essa semana, o Cepea informou que as cotações do milho voltaram a subir no mercado interno alavancadas pelos bons dados das exportações. Os embarques seguem em bom ritmo e acabam elevando os valores praticados nos portos do país e, consequentemente, influenciam a alta nos preços no interior do país.
Em relação às exportações, a Secex (Secretaria de Comércio Exterior) reportou que, nos primeiros quatro dias de dezembro, o país embarcou 1.107,4 milhões de toneladas do grão. A média diária ficou em 276,9 mil toneladas, o número representa uma alta de 16,4% em comparação com o mês anterior, no qual, a média ficou em 237,9 mil toneladas. Já em relação à 2014, o ganho é mais expressivo, de 78,9%.
No mesmo período, os embarques do grão renderam ao Brasil uma receita de US$ 182,9 milhões, com média diária de US$ 45,7 milhões. Em novembro, foram embarcadas 4,75 milhões de toneladas, com média diária de 237,9 mil toneladas, ainda de acordo com dados da secretaria.
Até o momento, desde fevereiro até dezembro, contabilizando o volume e exportado e as nomeações, os analistas destacam que o volume comprometido chega a 30,5 milhões de toneladas. E que até janeiro/16, quando terminada a temporada, o país teria potencial para alcançar as 34 milhões de toneladas. O recorde do Brasil foi atingido no ano de 2013, com o embarque de 26.610,206 milhões de toneladas.
Apesar da sustentação dos preços no mercado interno, o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, ressalta que os negócios caminham de maneira lenta. "Para a safrinha, já temos mais de 50% da produção estimada comercializada. Então, os produtores pararam de negociar e esperam o andamento do plantio da soja", explica.
BM&F Bovespa
Mesmo com a alta mais forte registrada no câmbio, os preços futuros do milho na BM&F Bovespa encerraram a sessão desta terça-feira (8) em campo misto. O vencimento janeiro/16 subiu 0,56%, cotado a R$ 35,72 a saca, já o setembro/16 apresentou alta de 0,44%, negociado a R$ 34,60 a saca. O março/16 permaneceu estável a R$ 36,55/saca e o maio/16 exibiu ligeira queda, de 0,56%, cotado a R$ 35,40 a saca.
Bolsa de Chicago
Enquanto isso, na Bolsa de Chicago (CBOT), a sessão desta terça-feira (8) foi de volatilidade aos preços futuros do cereal. Porém, as principais posições do cereal exibiram ligeiras altas, entre 0,25 e 1,50 pontos. O vencimento dezembro/15 era cotado a US$ 3,70 por bushel, depois de iniciar o dia a US$ 3,69 por bushel.
Ao longo do dia, os investidores se preparam para o novo relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). "As estimativas indicam que o USDA deverá manter os números divulgados anteriormente, porém, os estoques finais de milho dos EUA poderia ser uma das poucas surpresas", disse Darin Newsom, analista sênior da DTN Progressive Farmer. A expectativa é que os estoques finais americanos da safra 2015/16 fiquem em 44,94 milhões de toneladas. Em novembro, o departamento reportou os estoques em 44,70 milhões de toneladas.
"Muito provavelmente, este ajuste para cima é devido a outra queda nas exportações compensando um eventual aumento da demanda de alimentação", completa o analista. Já os estoques finais globais, deverão registrar um aumento de 0,3 milhão de toneladas, conforme a projeção dos participantes do mercado. No mês anterior, o órgão surpreendeu o mercado ao indicar os estoques mundiais em 211,91 milhões de toneladas, em outubro o número estava em 187,83 milhões de toneladas.
"Ainda hoje, tivemos uma sustentação dos preços, com o movimento de retração por parte dos produtores norte-americanos. Temos somente 35% da safra dos EUA vendida até o momento. E mesmo com a queda no petróleo, que recuou mais de 8% em dois dias, e a turbulência do mercado financeiro, as cotações não buscaram o patamar de US$ 3,60 por bushel, importante suporte", explica o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes.
Por outro lado, os investidores ainda acompanham as informações vindas do lado da demanda e também da América do Sul. Os participantes do mercado estão atentos ao comportamento do clima nas lavouras de milho, principalmente no Brasil e na Argentina. No Rio Grande do Sul, a cultura ainda apresenta bom desenvolvimento na fase reprodutiva, conforme reportou a Emater em seu último boletim. Contudo, o excesso de chuvas ainda é observado, já que as precipitações prejudicaram a aplicação de nitrogênio.
Já na Argentina, a preocupação é com o impacto da promessa feita pelo candidato eleito, Maurício Macri, da retirada as tarifas para exportação. Há muita especulação de que a medida já deve ser adotada a partir desse mês e poderia estimular um incremento na área cultivada com o grão nesta temporada.
Fonte: Notícias Agrícolas
Fonte: Canal do Produtor