A tendência é de que haja uma queda generalizada na área plantada de trigo para a temporada 2016/17, principalmente no Rio Grande do Sul. Segundo o analista sênior da Consultoria Trigo & Farinhas, Luiz Carlos Pacheco, isso provocará prejuízos severos às empresas que comercializam insumos, e não há razão para diminuir tão dramaticamente a cultura no País.
“No faturamento global do ano, as vendas de insumos e sementes para o trigo representam entre 25% e 30% do faturamento do setor. Se os agricultores não plantarem trigo, este será o percentual de queda no faturamento anual das empresas, o que não é pouco”, explica ele.
No entanto, Pacheco diz que há argumentos para voltar a apostar no cereal de inverno no ano que vem: “Em primeiro lugar, é pouco provável que ocorra um novo fenômeno El Niño por dois anos consecutivos. Em segundo, deve-se considerar que o problema dos agricultores não é exatamente com a perda do grão, mas com a perda da lucratividade. Então, se, mesmo com a perda do grão, pudermos manter a lucratividade, é muito provável que se possa fazê-los voltar a plantar”.
Uma forma de garantia é trabalhar com o mercado de futuros, aponta o analista. Isso pode ser feito utilizando recursos como o hedge na Bolsa de Chicago (cobertura, não especulação). “No início da safra, quando as cotações ainda estão altas, fixamos um preço entre 10% e 15% acima dos custos de produção do agricultor e o repassamos a ele, antes ou durante o plantio e garantimos este preço mesmo que ele não colha trigo de boa qualidade, porque juntamos os lucros da Bolsa com os preços obtidos no mercado físico com a venda de trigo forrageiro e conseguimos um preço final bom para os dois lados”, concluiu o diretor.
Fonte: Agrolink
Fonte: Canal do Produtor