As chuvas do mês de novembro nos portos do Sul e do Sudeste do país estão causando problemas para exportadores que tentam realizar embarques de grandes volumes de milho, com possibilidade até de perdas financeiras em alguns casos, disseram agentes do mercado.
Os portos de Santos (SP), Paranaguá (PR), Tubarão (ES) e São Francisco (SC) concentram o maior número de embarques atualmente, em uma temporada que deve ser de exportações recordes, após uma grande safra no país e com a competitividade dos grãos brasileiros inflada pela desvalorização do real ante o dólar.
Em Paranaguá, por exemplo, o número de horas em que a chuva obrigou o fechamento do porão dos navios somou o equivalente a 14 dias em novembro, contra 6 dias no mesmo mês de 2014, segundo estatísticas da autoridade portuária.
O Sul do Brasil enfrenta chuvas acima da média nesta época do ano em meio a uma das ocorrências do fenômeno El Niño mais fortes da história.
“A chuva tem afetado a operação. Quando chove para tudo. Isso atrasa os navios que estão atracados e os que estão na fila”, disse o funcionário de uma agência marítima que atua na atracação de navios de grãos em Paranaguá.
Segundo ele, há navios atualmente com 35 a 40 dias de espera prevista, ou 25 a 35 dias se forem embarcações prioritárias.
Uma das principais consequências da longa espera para os embarques pode ser a cobrança de multas. Dependendo do contrato entre o exportador, o dono do navio e o comprador, a penalização –que pode chegar a milhares de dólares por dia– acaba sendo paga pelo vendedor.
“Quanto maior o tempo de espera, maior o custo… chega um ponto em que o desconto tem que ser muito grande”, destacou o sócio-proprietário da corretora Agrinvest Commodities, Eduardo Vanin.
Segundo ele, esses custos prejudicam a capacidade das tradings de oferecer preços competitivos na aquisição dos grãos, atrapalhando novos negócios.
Fonte: Reuters
Fonte: Canal do Produtor