Ao longo do pregão desta quarta-feira (25), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) reverteram os ganhos e voltaram a operar em campo negativo. Por volta das 12h04 (horário de Brasília), as principais posições da commodity exibiam quedas entre 1,25 e 1,75 pontos. O vencimento janeiro/16 era cotado a US$ 8,62 por bushel, depois de iniciar o dia a US$ 8,66 por bushel.
As cotações futuras permanecem operando de maneira técnica, respeitando o intervalo de US$ 8,50 a US$ 8,65 por bushel, conforme explicam os analistas. "O mercado esperava algum tipo de reação devido ao clima na América do Sul, até porque agora a colheita americana já passou e os investidores apostavam que o mercado iria começar a reagir, mas não estamos vendo isso. E um dos principais fatores é a ausência de maior interesse de compra", explica o analista de mercado da Cerealpar, Steve Cachia.
Além disso, o analista sinaliza que do lado fundamental, a oferta será maior do que a demanda. "Mesmo tendo uma demanda crescente. E também temos outros fatores que contribuem como o geopolítico, depois dos atentados na França o dinheiro especulativo entraram em postura de aversão ao risco e as commodities agrícolas sofreram. Os investidores se retraíram diante da incerteza em relação ao que vai acontecer", completa.
Já na América do Sul, a perspectiva de que o novo presidente da Argentina, Maurício Macri, reduza as taxas de exportação da soja por três meses, já a partir de dezembro ainda ronda o mercado. A projeção é que haja ainda 11 milhões de toneladas do grão nas mãos dos agricultores.
"Acreditamos que as mudanças irão acontecer de maneira gradual e cada produtor argentino terá a sua estratégia. Porém, é fato que o Brasil terá um competidor forte com a redução das tarifas para exportação no país", pondera Cachia.
Enquanto isso, o clima no Brasil permanece sendo observado pelos participantes do mercado. "Com certeza o clima é um fator de especulação, acredito que o mercado internacional ainda não olhou de perto a situação. Até porque, o entendimento é de que as chuvas são boas para as lavouras e os investidores ficam mais nervosos quando a situação é contrária, de seca", afirma o analista.
No país, o plantio da soja está caminhando de maneira mais lenta e há muitas preocupações, principalmente no Centro-Oeste com as áreas que terão que ser replantadas. Cenário decorrente do clima adverso, as chuvas permanecem irregulares. Em contrapartida, os produtores do Sul do país sofrem com o excesso de umidade, que além de gerar apreensão em relação ao rendimento das plantações, é um ambiente propício ao aparecimento de doenças.
Na região de Londrina (PR), as chuvas acumuladas em novembro já superam os 400 mm. De acordo com o presidente do Sindicato rural do município, Narciso Pissinati, a perspectiva é de quebra de 20% na produtividade das lavouras. E o clima mais úmido favorece o aparecimento de doenças.
Ainda hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou a venda de 190 mil toneladas de soja para destinos desconhecidos. O volume negociado deverá ser entregue na temporada 2015/16.
Por outro lado, os investidores já começam a se preparar para o feriado desta quinta-feira (26) nos EUA em comemoração ao Dia de Ação de Graças. O mercado voltará a operar na sexta-feira (27), porém, a sessão será mais curta.
Fonte: Notícias Agrícolas
Fonte: Canal do Produtor