As cotações da soja já testaram os dois lados da tabela ao longo do pregão desta terça-feira (24). As principais posições da oleaginosa exibiam ganhos entre 1,75 e 2,50 pontos, por volta das 13h34 (horário de Brasília). O vencimento janeiro/16 era cotado a US$ 8,66 por bushel e o maio/16 a 8,74 por bushel.
O mercado permanece trabalhando de maneira bastante técnica, os investidores ainda acompanham as informações vindas da América do Sul. No caso da Argentina, a eleição do candidato da oposição Maurício Macri para a presidência do país ainda gera especulações no mercado, uma vez que a perspectiva dosinvestidores é que o novo presidente reduza as taxas sobre as exportações de produtos agrícolas, o que tornará o país mais competitivo.
"Já está circulando no mercado que o novo presidente poderia suspender temporariamente os impostos de exportação para uma janela de três meses já a partir de dezembro. Em uma tentativa de começar a mover grandes estoques de passagem", disse Tobin Gorey no Commonwealth Bank of Australia e publicado no site internacional Agrimoney.
Os impostos elevados de exportação no país têm sido um fator determinante na decisão dos produtores em reter os grãos. Especulações indicam que a tributação, que atualmente está próxima de 35%, possa cair gradativamente cerca de 5% por ano. A projeção é que haja ainda 11 milhões de toneladas do grão nas mãos dos agricultores.
Inclusive, essa foi a principal variável que pressionou as cotações no pregão desta segunda-feira e fez com o mercado tocasse o menor patamar dos últimos 6 anos. Contudo, no final do dia, os preços esboçaram uma reação e fecharam em campo positivo.
Além do movimento de correção técnica, já que os preços quebraram o patamar de suporte de US$ 8,50 por bushel, o que elevou a pressão compradora, o boletim de embarques semanais do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) também contribuiu para dar sustentação aos contratos. Na semana encerrada no dia 19 de novembro, os embarques de soja ficaram em 1.853,848 milhão de toneladas.
Por outro lado, os investidores já começam a se preparar para o feriado do Dia de Ação de Graças, comemorado na próxima 5ª feira (26) no país. Paralelamente, o foco dos investidores também permanece no plantio da soja no Brasil. Até o momento, a projeção é que pouco mais de 65,6% da área projetada para essa temporada tenha sido cultivada, contra 78% registrado no mesmo período do ano anterior.
No Centro-Oeste, o maior estado produtor do grão, Mato Grosso, ainda sofre com as chuvas irregulares. E, além do atraso, os produtores ressaltam a necessidade de replantio em muitas áreas. Dados oficiais apontam que cerca de 89,7% da área já foi plantada com a oleaginosa, porém, em igual período de 2014, o percentual estava em 93,1%.
A situação é semelhante em uma importante região de Goiás, Rio Verde. O produtor rural da localidade, José Roberto Brucelli, ressalta que não nunca houve tantos casos de replantio como nesta temporada. E além dos custos mais altos, o cenário também gera incertezas sobre a produtividade das plantações na safra 2015/16.
Mercado interno
Nos portos do Brasil ainda não há referência para os negócios nesta terça-feira (24). Além da queda registrada no câmbio, no cenário internacional as cotações da soja exibem ligeira movimentação. A moeda norte-americana era cotada a R$ 3,719 na venda, com queda de 0,43%. De acordo com informações do site G1, o dólar voltou a cair depois de o Banco Central anunciar novo leilão de venda de até 500 bilhões de dólares com o compromisso de recompra para a tarde de hoje e antes do reporte dos dados do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA.
Fonte: Notícias Agrícolas
Fonte: Canal do Produtor