Brasília (19/11/2015) – Para que um produtor permaneça estimulado em sua atividade é preciso que seu negócio seja rentável e pague as contas dos serviços prestados em sua propriedade. Ou seja, é preciso que os custos de produção sejam pelo menos compatíveis com a venda do seu produto. O aumento do consumo da carne bovina junto ao aumento da produção e o aumento da renda dos brasileiros mantêm a atividade competitiva e em crescimento contínuo. A informação foi divulgada na tarde desta quarta-feira (18/11) durante o Seminário Nacional do Projeto Campo Futuro, evento realizado pela Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília.
O evento teve como objetivo divulgar um panorama dos resultados obtidos nos levantamentos dos custos de produção feitos ao longo do ano em seis cadeias produtivas: cana-de-açúcar, café, fruticultura, grãos, aquicultura, bovinocultura de corte e de leite. O projeto Campo Futuro, que ocorre desde 2010, é uma parceria entre a CNA, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Universidade Federal de Lavras (UFLA), Instituto Pecege e Universidade Federal de Viçosa (UFV). O projeto tem o objetivo de aliar a capacitação do produtor rural à geração de informação para a administração de riscos de preços, de custos e de produção na propriedade rural.
Thiago Bernardino Carvalho (foto acima), pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA/ESALQ/USP), foi o último palestrante do evento. Ele divulgou os resultados dos levantamentos de custos da pecuária de corte realizado em 19 municípios entre os estados do Acre, Maranhão, Mato Grosso, Rondônia e Tocantins na safra 2014/2015. Segundo Carvalho, a cadeia está em constante crescimento e em razão dos preços elevados da arroba do boi e do bezerro nesta safra, a maioria das propriedades não teve prejuízo em sua atividade e conseguiu pagar os desembolsos, depreciações e o pró-labore. “No entanto, nenhuma propriedade é capaz de arcar com os custos de capital investido”, frisou.
Para o pesquisador, o levantamento do Campo Futuro nessas regiões mostrou que o alto custo da terra no Brasil tem ajudado os produtores a se manterem competitivos. No entanto, a atividade ainda conta com alguns desafios pela frente: aumentar mais a produtividade, baratear a mão de obra – um dos principais custos dos produtores – e investir mais na suplementação mineral.
Finalizando as atividades do dia, o coordenador do Núcleo Econômico da CNA, Renato Conchon, destacou a participação dos produtores rurais, especialmente aqueles que subsidiaram os técnicos para a geração de informações. “Este ano, mais de 1400 produtores participaram dos painéis do Campo Futuro em 14 estados. Além de quatro eventos do “Dia de Mercado”, com a participação de 500 produtores. Foi um sucesso”, comentou. Conchon frisou que, em 2016, tem novas expectativas positivas para o projeto. “Teremos novos sonhos, ideias e vamos buscá-los. O que é bom vai melhorar e o que não está bom, vamos capacitar! “, finalizou.
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Fonte: Canal do Produtor