O dia começa bem cedo para Leonardo Antônio Knychala. Antes das seis da manhã ele já está trabalhando na fazenda da família em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. E vai até tarde.
- Tem dia que escurece e a gente ainda está trabalhando – diz ele.
Interromper tudo e ir ao banco, por exemplo, costumava ser um problema. Hoje ele resiolve tudo o que pode usando um smartphone.
- Com a Internet, nós acessamos o site do banco, vemos o extrato, o saldo, se tem algum boleto ou conta de energia para pagar. Pagamos pelo celular, mesmo. Se fossemos até Uberlândia, demotraríamos entre 3 ou 4 horas para pagar uma conta – diz ele.
A história de Leonardo pode ser vista em muitos outros lugares na área rural do Brasil. Nos últimos quatro anos, o número de usuários que acessam a Internet pelo celular em zonas rurais saltou de quatro para 24%.
São seis milhões de pessoas a mais usando a Internet no campo, segundo pesquisa feita em 2014 pelo Centro Regional de Estudos para Desenvolvimento da Sociedade da Informação, instituição ligada à Unesco.
Em outra fazenda, em Monte Alegre de Minas, as mensagens instantâneas são parte fundamental da comunicação. Quando o produtor rural Ricardo Engel precisa comprar algo na cidade, a lista de compras é enviada por seus funcionários através de um aplicativo de celular.
- E quando um animal parece não estar muito bem, rapidinho tiramos fotos ou fazemos um vídeo, e as imagens vão, na mesma hora, para os veterinários que prestam serviço na fazenda – diz ele.
Com isso, o veterinário pode fazer uma avaliação para saber se uma visita é realmente necessária, o que diminui tempo de atendimento e custo do processo.
Onze funcionários trabalham na fazenda e cuidam de uma propriedade de 154 hectares com 91 vacas leiteiras, suinocultura e uma granja de frangos. O sinal de celular na região não era bom, mas Ricardo investiu numa torre e hoje a fazenda toda é coberta por um sistema de Wi-Fi.
- O investimento na torre ficou em R$ 8 mil, e isso melhorou muito a comunicação com os funcionários. Nosso processo ficou mais ágil e eficiente e também mais barato para a fazenda – afirmou.
Além de ajudar nos processos das fazendas, a tecnologia encurta distâncias e aproxima parentes que estão longe. A família de Werivelton de Almeida Nogueira mora no ceará. Hoje o casqueador conversa frequentemente com o avô e os tios.
- É bom porque a a gente está vendo a pessoa, os amigos distantes. Mesmo sem o sinal da operadora, pelo Wi-Fi você consegue contato – diz ele.
Fonte: Globo Rural