Tauá foi a cidade escolhida no Ceará por ser um importante polo estadual na área da criação de caprinos e ovinos; o setor dá suporte econômico à região mais árida do Estado, onde os animais estão adaptados
A ovinocaprinocultura como suporte econômico para o desenvolvimentorural. Apostando nessa perspectiva representantes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Ministério da Integração Nacional (MI), Governo do Estado do Ceará, Prefeitura de Tauá, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), associações de criadores, e de sindicatos e cooperativas de produtores rurais se reuniram nesta cidade nos dias 10 e 11 para participar da oficina do programa Rota do Cordeiro, realizada pela Embrapa.
O evento, realizado no auditório do Parque da Cidade, teve como objetivo a continuidade de ações para o desenvolvimento socioeconômico do sertão dos Inhamuns, onde a caprinocultura e ovinocultura são atividades de destaque. A apresentação de tecnologias para impulsionar a produção de leite, carne e pele é um exemplo. O cooperativismo, o comércio e a gastronomia dos produtos derivados da ovinocaprinocultura também foram abordados no encontro.
Segundo o coordenador nacional do programa, o médico veterinário Octávio Morais, da Embrapa, Tauá foi escolhido no Ceará, por ser um importante polo estadual na área da criação de caprinos e ovinos. O setor dá suporte econômico à região mais árida do Estado, onde os animais estão adaptados. Também por esse motivo o programa iniciou na semana passada o confinamento de 120 cordeiros em um centro de terminação coletivo neste Município. Os animais serão submetidos a avaliações, para fins de melhoramento genético dos rebanhos locais.
O objetivo, com a terminação, a engorda para o futuro abate, realizada de forma coletiva, é reunir um maior número de animais para padronização de lotes e vendas coletivas, com negociação de melhores preços para os pecuaristas locais. Os testes e o período de confinamento consolidam uma série de ações realizadas em 2015, incluindo a capacitação de técnicos no controle integrado de verminoses – um dos problemas de sanidade que trazem maior impacto econômico aos produtores.
Ao longo da sua atuação, a Rota do Cordeiro, que integra o projeto Rotas da Integração Nacional, do Ministério da Integração Nacional, promove a inclusão produtiva e a integração econômica das regiões menos desenvolvidas do País aos mercados nacionais e internacionais. No caso da Rota do Cordeiro, são contempladas regiões no Semiárido brasileiro tradicionais produtoras de caprinos e ovinos, mas que ainda apresentam baixos índices socioeconômicos. O Sertão dos Inhamuns é uma delas.
Além da capacitação e aperfeiçoamento técnico, o programa trabalha para a regularização e padronização da oferta de produtos das cadeias da ovinocultura e caprinocultura, com ampliação da produtividade e do consumo. A Rota do Cordeiro é desenvolvida no Ceará, Piauí e norte de Minas Gerais, em parceria entre Ministério da Integração Nacional, Embrapa, Codevasf e parceiros locais – no caso do sertão dos Inhamuns, Governo do Ceará e Prefeitura de Tauá.
Higienização
Octávio Morais ressalta que o processo de capacitação dos criadores foi iniciado em 2012. Em Tauá, foi implantado no início de 2014. Passados dois anos considerados avanços já foram conquistados. Um deles está relacionado à higienização dos animais; o outro, ao melhoramento genético. Entretanto, precisam aprender a trabalhar em grupo, através do associativismo. Unidos se tornarão ainda mais fortalecidos. Evitarão atravessadores e também a especulação de preços no mercado.
Outro aspecto apontado pelo especialista está relacionado à potencialidade de mercado. O rebanho do Município é suficiente apenas para atender à demanda local, de cidades da região e uma pequena parte de Fortaleza. Os restaurantes da capital precisam inclusive importar carne do Uruguai. Uma demonstração da opção de expansão da ovinocaprinocultura no Estado. "O modelo desenvolvido em Tauá será expandido para outros 12 polos produtivos. Eles integrarão a Rota do Cordeiro. O título faz referência aos filhotes de carneiros, na idade de até seis meses, período ideal para o abate", acrescentou.
Fonte: Diário do Nordeste
Fonte: Canal do Produtor