"O Brasil precisa investir na fabricação de fertilizantes. Essa dependência enorme externa, que é muito danosa à agroindústria do País, é um dos nossos principais gargalos", afirmou ontem o presidente da FAEMG, Roberto Simões.
Ao saber que a Vale Fertilizantes havia praticamente descartado tirar do papel a maior parte do Projeto Salitre, em Patrocínio, no Alto Paranaíba – que previa a construção de uma planta química de fertilizantes fosfatados no município -, Simões disse que tratava-se de uma decisão absolutamente "lamentável" para o agronegócio.
"Sabemos que a fabricação desse tipo de insumo agrícola é difícil e cara. E há vários fatores que acabam fazendo com que apenas grandes grupos empresariais sejam capazes de arcar com investimentos do tipo.
Por isso, tanto a Vale quanto a Petrobras (com a planta de amônia em Uberaba, no Triângulo) seriam tão importantes para que essa dependência externa diminuísse.
No entanto, por motivos que não nos cabe discutir agora, ambas desistiram do projeto", lamentou o presidente da FAEMG.
Na terça-feira passada, reportagem publicada pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO noticiou que o projeto da Vale Fertilizantes, cujo protocolo de intenções assinado em 2011 com o governo do Estado previa investimentos da ordem de R$ 3,6 bilhões, está praticamente engavetado.
Mudança – A assessoria de imprensa da companhia negou a informação e, ontem, alegou via e-mail que apenas foi realizada uma "mudança de escopo" no projeto.
No entanto, o que era para ser um megaempreendimento, transformou-se na abertura de uma mina para exploração de rocha fosfática, com investimentos de R$ 400 milhões – um nono do previsto no projeto original.
Além disso, a Vale não confirma se irá dar continuidade ao Salitre e nem quando isso ocorrerá.
No final do ano passado, uma pesquisa da Rede BrasilFert, que faz parte da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), mostrou que o risco de o País ampliar ainda mais sua dependência dos fertilizantes importados é muito grande, caso não sejam feitos novos investimentos na produção nacional.
Fonte: Diário do Comércio
Fonte: Canal do Produtor
