A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, anunciou que vai criar mecanismos para desburocratizar o Registro Experimental Temporário (RET) de agroquímicos utilizados na agricultura para reduzir o prazo do registro final desses produtos.
Em entrevista coletiva após a inauguração de dois novos laboratórios da Bayer CropScience, na cidade de Paulínea (SP), ela informou que a ideia é tratar os produtos importados para o estudo de moléculas e desenvolvimento de novos produtos como químicos convencionais.
- Isso facilitará a pesquisa – defendeu.
O Ministério da Agricultura, segundo Kátia Abreu, também quer duplicar o número de agrônomos para agilizar a análise desses produtos, antes da liberação comercial. – Cada técnico analisa 40 processos por ano e duplicaremos a quantidade de agrônomos para que tenhamos número maior de produtos analisados. Temos não mais de que 100 técnicos operando agroquímicos no país e vamos ainda formar pessoas no Brasil todo para multiplicar esses operadores – observou.
A ministra disse ainda que o corte de R$ 30,5 bilhões, determinado pelo governo, do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) foi focado na demanda por esses recursos. Ela informou que o governo levantou os dados sobre o desempenho desses empréstimos, principalmente para os grandes produtores, e observou uma procura “baixíssima”.
- Nós levantamos, antes de dar o grito, o desempenho dos empréstimos e, principalmente para os grandes produtores, a tomada foi baixíssima nesse período. A redução proposta foi exatamente em cima da demanda, pois, se tivesse tido procura, não tinha mais nenhum real – acrescentou Kátia Abreu.
Moderfrota
Ela explicou ainda que no caso do Moderfrota, linha de crédito destinada à compra de máquinas agrícolas para os pequenos e médios produtores, já foram contratados 70% dos recursos para a safra 2015/2016, “tamanha a agilidade desses agricultores”. A demanda foi tão forte, segundo a ministra, que parte dos recursos foram guardados para o próximo semestre.
- Guardamos uma parte do Moderfrota para o semestre que vem, porque a safra vai de julho a junho de 2016 – explicou a ministra.
Kátia Abreu comentou ainda informações de que persistem as dificuldades para a captação do crédito rural. Ela afirmou que houve um aumento de 30% na tomada de crédito por parte de agricultores entre julho e setembro da safra 2015/2016, em relação ao mesmo período da safra passada. Admitiu, no entanto, que, devido à crise, as instituições financeiras estão mais restritivas na análise de liberação de empréstimos.
- Se bancos, em sua autonomia e de forma privada, querem obedecer às regras de Basileia e querem se tornar mais seguros com relação aos empréstimos, não podemos obrigá-los. Eles estão mais exigentes em relação aos empréstimos e isso é uma autonomia dos bancos – destacou a ministra.
Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento