Com a proibição do plantio de soja sobre soja para a produção de sementes salva de soja, ou seja, produzida pelo produtor para uso próprio, os sojicultores de Mato Grosso revelam temer a perda da qualidade do grão para seu uso como sementes. Produtores que desejam produzir suas próprias sementes devem realizar o plantio até 31 de dezembro.
A proibição visa à redução da exposição da soja ao fungo da ferrugem asiática e a perda da eficácia do fungicida, uma vez que o fungo poderia criar vir a criar resistência aos defensivos agrícolas.
A medida consta na Instrução Normativa Conjunta nº 002/2015 da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e Instituto de Defesa Agropecuário de Mato Grosso (Indea), que trata de medidas fitossanitárias para prevenção e controle da ferrugem asiática da soja em Mato Grosso.
A Instrução Normativa, assinada pela Sedec e pelo Indea, estabelece ainda como prazo final para a colheita de soja em Mato Grosso o dia 5 de maio.
- Todas as áreas cultivadas de soja deverão estar colhidas, podendo permanecer somente as plantas de soja guaxa ou de germinação espontânea de grãos oriundos das perdas da colheita, até a data estabelecida para o início do vazio sanitário de 15 de junho de cada ano – destaca a publicação.
A medida, conforme o presidente do Indea, Guilherme Nolasco, “reduz a exposição da ferrugem asiática e evita a perda da eficácia do fungicida”.
A medida se define em duas etapas: vazio sanitário e a proibição do plantio de soja sobre soja.
- O ponto do plantio soja sobre soja tira do produtor o direito do produtor de fazer a safrinha para fazer a sua própria semente – analisa o produtor em Sinop, Antônio Galvan.
Segundo o produtor de Sinop, o “plantio até o dia 31 de dezembro, junto com a safra comercial, inviabiliza a safrinha para semente e prejudica o pequeno e médio produtor.
- Corremos o sério risco de faltar semente de qualidade – ressalta.
Semeando a soja em janeiro para transformá-la em semente o produtor colheria a mesma em maio, não sofrendo tantos impactos com as chuvas no momento de sua colheita.
- Em relação ao vazio sanitário na safra 2014/2015 voltamos ao período normal de junho a setembro, pois em maio comprometia culturas de sucessão. A Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja-MT) buscou encontrar um contraponto para essa medida que passou a vigorar de fato nesta safra 2015/2016. O plantio até 31 de dezembro inviabiliza a soja salva para semente em algumas regiões, como a Norte. Prejudica a qualidade – declara a produtora do município de Cláudia, Roseli Gianchini.
Fonte: Agro Olhar