Pesquisa da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, aponta que o segmento de tratores agrícolas brasileiro caracteriza-se por uma estrutura de poucas e grandes empresas que, em grande parte, atuam em nível global. De acordo com o trabalho do economista Rodrigo Peixoto da Silva, a presença de economias de escala, nível elevado de investimentos, extensas redes de distribuição e assistência técnica, além de delização dos clientes às marcas são pré-requisitos para a atuação no mercado e funcionam como barreiras à entrada de novos concorrentes, assim como as tarifas de importação.
- Trata-se de um oligopólio concentrado, com elevado poder de mercado, seja no segmento de tratores de pequeno porte, seja nas faixas de maior potência – aponta o pesquisador, que defende políticas que adequem as condições de oferta aos diferentes pers de demanda existentes no País. Tais medidas incluem a elaboração ou aperfeiçoamento de programas de crédito como o Moderfrota e Pró-Trator e o estímulo ao desenvolvimento tecnológico voltado às necessidades da agricultura brasileira, por meio de maior interação entre fabricantes, universidades e centros de pesquisa.
Os países emergentes exercem papel cada vez mais importante como produtores e demandantes de tratores e colheitadeiras, embora os Estados Unidos e a Europa sejam ainda os principais mercados para esta indústria.
- Essa característica do setor de máquinas agrícolas foi iniciada com o advento da Revolução Industrial, a partir da formação de um grande oligopólio, primeiramente em nível nacional e, posteriormente, internacional – afirma Silva, que estudou a evolução das estruturas de mercado da indústria de máquinas agrícolas em âmbito mundial, com ênfase para o caso brasileiro.
Por mim, o último capítulo tem seu foco no caso brasileiro e analisa os impactos da concentração de mercado sobre o desempenho da indústria em termos de poder de mercado.
- Para tanto, estimamos os parâmetros de uma função demandada por tratores agrícolas (elasticidade preço da demanda) e de um indicador de poder de mercado (índice de Lerner) – diz Silva. (Agência USP)
Fonte: Jornal do Comércio