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CHUVA REDUZ PRODUTIVIDADE DA CANOLA NO RIO GRANDE DO SUL

Cultura de inverno que registrou avanço de 50% na área plantada no Estado nos últimos oito anos, a canola tem mais uma safra com a produtividade prejudicada pelo clima no Rio Grande do Sul. Embora ainda não existam estimativas oficiais para a cultura, a geada do início de setembro e o grande volume de chuva neste mês devem fazer a cultura perder cerca de um quarto do rendimento esperado.
Os resultados, porém, variam muito entre agricultores e regiões.De uma produtividade média de 1,6 tonelada por hectare no Estado, a expectativa agora é de 1,2 tonelada, projeta Carlos Henrique Zimmermann, consultor técnico da Celena Alimentos, de Giruá, empresa que deve receber mais da metade da safra gaúcha.
– A região do Alto Jacuí foi a mais prejudicada, com perdas de até 30%, mas a maioria das áreas de Tupanciretã e Júlio de Castilhos já havia sido colhida e em pontos mais altos, como Vacaria, não houve danos – diz Zimmermann, que atribui perdas mais à chuva do que à geada.
Caso a previsão se confirme, o Estado – maior produtor nacional – deve colher 44 mil toneladas, 8,5% abaixo do ano passado, uma redução também atribuída à retração de 7,5% na área plantada.
O gerente regional adjunto da Emater em Passo Fundo, Claudio Dóro, tem uma visão mais pessimista. Para ele, o clima pode comprometer metade da safra.
– A geada pegou as lavouras nas fases de enchimentos de grãos e formação das síliquas (onde ficam os grãos), e o excesso de chuva leva à debulha – explica Dóro, lembrando que o resultado do acúmulo de umidade antes da colheita é a perda de volume.
Voltada à produção de óleo comestível, a canola também é conhecida como soja de inverno e tem o seu preço balizado pela cotação do principal grão produzido no Estado. A facilidade de comercialização é um dos maiores atrativos em relação ao trigo, principal cultura da estação.
– A canola ganhou área até o ano passado porque o preço é bom. O problema é o clima – diz Dóro, que atribui o menor ímpeto em cultivar a oleaginosa este ano às frustrações de safras anteriores.
Mesmo ainda pouco cultivada no Brasil, a canola é a terceira oleaginosa mais plantada no mundo – só atrás da palma e da soja.
Driblando o clima para obter lucros
Na tentativa de fugir do período mais chuvoso na região, o agricultor Edson Gross, de Santa Rosa, tenta programar a colheita para o final de setembro e os primeiros dias de outubro. Este ano, a safra foi prejudicada pelas precipitações de junho e julho, na fase de desenvolvimento e florescimento. Colheu cerca de 1,4 tonelada por hectare. Esperava 400 quilos a mais.
– Ainda vou ter uma margem, mas será estreita – diz Gross, que também costuma plantar trigo e linhaça no inverno, estratégia de diversificação que evita estar  exposto a apenas uma cultura.
Uma das vantagens da canola, avalia ele, é o preço atrelado à soja. O pesquisador Gilberto Omar Tomm, da Embrapa Trigo de Passo Fundo, afirma que, no curto prazo, a saída para diluir o risco é usar cultivares de ciclos distintos ou então plantar com diferença de alguns dias, o que diminui a chance de toda a lavoura ser afetada por um evento climático adverso:
– Não existe risco de prejuízo se o produtor plantar dentro do zoneamento, com financiamento e seguro. E os fertilizantes utilizados seguem no solo para a safra 
de verão.
Na Europa, a canola é uma das mais importantes matérias-primas para o biodiesel, inclusive pelo aproveitamento de grãos descartados na comercialização da oleaginosa para outros fins.
Fonte: Zero Hora

Fonte: Canal do Produtor



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