O mercado doméstico de trigo encerra a semana com ritmo lento de negócios nas principais regiões produtoras do país, bem como vem acontecendo nos últimos dias. No Rio Grande do Sul a comercialização segue lenta, com o sentimento de uma indústria bem estocada em curto prazo, mas com interesse de compra graças aos preços atrativos no mercado interno.
No estado do Paraná o ritmo de comercialização segue semelhante, apresentando apenas negócios pontuais, e com uma indústria também bem estocada, devido às compras recentes, antecipando a elevação dos preços internos com a valorização do dólar.
No mercado internacional, o destaque foi a divulgação dos relatórios do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos indicando a intenção de plantio dos produtores norte-americanos de trigo para a safra 2015/16 e os estoques trimestrais do grão no país.
Os estoques de trigo em 1º de março de 2015 totalizaram 1,12 bilhão de bushels – alta de 6% em relação ao ano anterior. Segundo a média das estimativas de analistas consultados por agências internacionais antes da divulgação do relatório, as reservas eram apontadas em 1,140 bilhão de bushels. Os estoques guardados por produtores foram estimados em 279 milhões de bushels, alta de 17% em relação a março de 2014. Estoques fora das fazendas (off-farm) foram estimados em 846 milhões de bushels – alta de 3%.
A área plantada com trigo nos Estados Unidos em 2015 é estimada em 55,4 milhões de acres, 3% abaixo no semeado em 2014. O plantio com o grão de inverno deve cobrir uma área de 40,8 milhões de acres – baixa de 4% ante o ano passado, porém pouco acima da última estimativa. O mercado esperava que o plantio do grão chegasse a 55,796 milhões de acres nos Estados Unidos. Para o trigo de inverno, a estimativa fica em 40,727 milhões de acres.
Apesar da influência dos dados sobre o mercado, a Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT, na sigla em inglês) voltou a operar em alta um dia após a divulgação do relatório, sustentada pelas preocupações quanto ao clima seco nas regiões produtoras de trigo dos Estados Unidos, principalmente nas Grandes Planícies. Na última quarta-feira o mercado fechou em forte alta. Os contratos com entrega em maio de 2015 fecharam negociados a US$ 5,28 1/2 por bushel, ganho de 16,75 centavos de dólar em relação ao fechamento anterior. Os contratos com entrega em junho fecharam negociados a US$ 5,29 1/2 por bushel, com baixa de 15,50 centavos em relação ao fechamento anterior.
Na sessão dessa quinta-feira (02/04), a seca nos EUA segue como fator de sustentação. Os investidores repercutiram também o desempenho das vendas líquidas semanais de trigo e buscam um posicionamento frente ao final de semana prolongado. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), as vendas líquidas norte-americanas de trigo, referentes à temporada comercial 2014/15, que tem início em 1o de junho, ficaram em 162.100 toneladas na semana encerrada em 26 de março. O número subiu 58% frente à semana anterior, mas ficou 54% abaixo da média das últimas quatro semanas. Os contratos com entrega em maio de 2015 abriram a sessão cotados a US$ 5,30 por bushel, alta de 1,50 centavo de dólar em relação ao fechamento anterior. Os contratos com entrega em julho abriram a US$ 5,30 1/2 por bushel, ganho de 1,00 centavo de dólar em relação ao fechamento anterior.
Fonte: Agência SAFRAS
