Hoje é o Dia Nacional da Pecuária e o Brasil comemora o desempenho do seu Valor Bruto da Produção (VBP) que deve atingir 195,2 bilhões em 2015. De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), vai haver um aumento de 7,2% em relação ao VBP de 2014, que somou R$ 182 bilhões. O setor que mais deve faturar é o de carne bovina, estimado em R$ 96,5 bilhões, acréscimo de 14,5% se comparado aos R$ 84,2 bilhões arrecadados no ano passado.
Carne
A produção de carne bovina foi estimada em aproximadamente 10 milhões de toneladas, um crescimento de 2,1% ante os 9,7 milhões de 2014.
- O resultado positivo é reflexo da valorização do preço da arroba, frente à menor oferta de animais para abate – afirma o presidente da Comissão Nacional de Bovinocultura de Corte da CNA, Antônio Pitangui de Salvo.
A receita com exportações do produto bateram recorde no mês de setembro, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Foi arrecadado US$ 1,7 bilhão em receita devido ao dólar valorizado e ao aumento do volume exportado.
O Brasil é hoje o segundo maior produtor de carne bovina do mundo, responsável por 17% da produção total e pode superar os Estados Unidos até 2020. O País também ocupa a posição de líder no ranking mundial de exportação. No acumulado de janeiro a setembro deste ano, foram embarcadas 977 mil toneladas e receita de US$ 4,2 bilhões, conforme dados divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O País também é dono do segundo maior rebanho efetivo do mundo, com mais de 210 milhões de cabeças.
- É um setor em crescimento que movimenta R$ 167,5 bilhões por ano e gera aproximadamente 7 milhões de empregos – diz o presidente da Comissão.
Os principais destinos da carne bovina brasileira são: Hong Kong, seguido pela Rússia, Venezuela e Egito. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), somente em 2014, o Brasil vendeu carne bovina in natura para 151 países e industrializada para 103 nações.
Leite
O Valor Bruto da Produção de leite ficou estimado em aproximadamente R$ 40 bilhões e a produção em 36 bilhões de litros em 2015, um aumento de quase 3%, as estimativas de 2014, que totalizaram 35 bilhões. O país vislumbra um incremento no saldo da balança comercial, com a abertura de novos mercados como a China e a Rússia. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a China deve importar cerca de US$ 45 milhões por ano de produtos lácteos brasileiros. Em 2014, a Rússia importou o equivalente a US$ 3,4 bilhões, o que representa 7% de todos os produtos comercializados em lácteos. No lançamento do Programa Leite Saudável do MAPA, espera-se triplicar as exportações até 2018, alcançando patamares de US$ 825 milhões.
De acordo com o MDIC, o Brasil exportou US$ 122,9 milhões em produtos lácteos nos meses de julho, agosto e setembro deste ano e acumulou um superávit de aproximadamente US$ 21,2 milhões. Isso demonstra o bom momento das exportações lácteas brasileiras. Nos últimos meses, embarcou US$ 218,8 milhões em produtos lácteos, para 41 países diferentes, e o principal produto vendido foi o leite em pó, que somou 28 mil toneladas e US$ 162,9 milhões de receita. Atualmente a Venezuela é o país que mais importa o leite brasileiro com 76 % das compras, seguido por Arábia Saudita, Angola e Emirados Árabes Unidos.
O Brasil está em quarto lugar no ranking mundial de produção de leite, com um volume de 35,174 bilhões de litros em 2014, avanço de 2,7% ante 2013. A produtividade média de leite por vaca somou 1,525 litros em 2014. Segundo o top 100 da consultoria Milk Point, as três fazendas que obtiveram os melhores resultados no país foram em Araras (SP), que produz por dia 62 mil litros, em seguida por Castro (PR) e Carlos Barbosa (RS).
- A cadeia leiteira brasileira tem crescido nos últimos anos e o consumo também. Hoje, mais de 180 litros per capita por ano são consumidos – explica o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Rodrigo Alvim.
Frango
O Brasil é líder mundial em exportação de frango e embarca o produto para mais de 150 países. Números do MAPA revelam que a taxa de crescimento das exportações brasileiras deve atingir 5,62% ao ano, mantendo assim, o país na liderança mundial. Esse resultado influenciou na estimativa do VBP do frango que deverá somar US$ 33,7 bilhões e produção de cerca de 13 milhões de toneladas em 2015. Entre janeiro e setembro deste ano, os produtos da cadeia registraram elevação de 5,5% no saldo. Ao todo, foram embarcadas 3,129 milhões de toneladas.
Atualmente a carne de frango é a proteína animal mais consumida no Brasil, o que o coloca entre os dez maiores consumidores no mundo. De acordo com o assessor técnico da Comissão Nacional de Aves e Suínos da CNA, Victor Ayres, o consumo doméstico da carne corresponde a 45 kg per capita, por ano. Em 2014, o consumo per capita da carne fechou em 42,8kg, conforme dados divulgados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), no início deste ano.
Já o VBP de ovos ficou calculado em 10,8 bilhões para este ano, um aumento significativo de 40,2% em relação aos 7,7 bilhões contabilizados no ano anterior. Conforme relatório divulgado pelo IBGE, a produção de ovos de galinha foi de 3,734 bilhões de dúzias e o preço médio ficou em torno de R$ 2,50 a dúzia, sendo o mais alto em Tocantins (R$ 5,40) e o menor em São Paulo (R$ 2,00). Os principais municípios responsáveis por 16% da produção nacional são: Bastos (SP), com 260,446 milhões de dúzias, Santa Maria de Jetibá (ES), com 246,994 milhões de dúzias, e Itanhandu (MG), com 88,668 milhões de dúzias.
Suínos
O Valor Bruto da Produção de Suínos ficou em US$ 14 bilhões e a produção de 3,5 milhões toneladas em 2015. Segundo o MAPA, as exportações de carne suína totalizaram 52 mil toneladas em setembro, um aumento de 20,7% ante setembro de 2014. O Brasil é o quarto país exportador de suínos, atrás dos Estados Unidos, União Europeia e Canadá. Números do MDIC revelam que o principal destino da carne suína brasileira, em volume, é a Rússia, que seguirá como maior mercado nos próximos meses.
O país tem melhorado a qualidade da carne suína nos últimos anos, valorizando a boa nutrição, diminuindo a gordura e tornando eficiente o sistema de vigilância sanitária. Exemplos disso são os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul que receberam da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), o certificado de zona livre de Peste Suína Clássica, em nível mundial. Esse status é um importante diferencial e garante a abertura de novos mercados para o suíno.
Fonte: Assessoria de Comunicação CNA