Na Chácara Bela Vista, a produção de morangos é a principal atividade de Hélio Souza. São 10 mil pés em seis estufas espalhadas pelos sete hectares da propriedade, onde o produtor colhe cerca de 100 quilos da fruta a cada dois dias. Mas, há três anos, a realidade do agricultor era completamente diferente.
Por mais de 30 anos, Souza trabalhou com montagem de eventos, em Curitiba. Até que em 2020, com o início da pandemia, perdeu o emprego. Ele decidiu apostar todas as suas fichas em um projeto que, até então, parecia distante: produzir morangos.
“Meu pai morava nesse sítio. Quando ele faleceu, ficou para mim e meus irmãos, mas estava parado. Quando veio a pandemia e fiquei desempregado, decidi que era hora de tentar. Foi o empurrão que eu precisava”, conta.
Sem experiência em cultivo de morango – ou em qualquer tipo de agricultura –, Souza procurou ajuda no Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), que lhe apresentou o SENAR-PR. “Como eu não entendia do assunto e não queria ser aventureiro, fui me capacitar. Busquei assistência técnica, fiz cursos e um financiamento e comecei a investir no projeto”, elenca.
O produtor participou dos cursos de cultivo em substrato, aplicação de agrotóxicos e Manejo Integrado de Doenças (MID) no morangueiro, e não pretende parar por aí. Desde o início, Souza apostou na produção mais sustentável, priorizando o controle biológico. Os morangos são produzidos em sistema semi-hidropônico, o que garante uma fruta nutritiva, suculenta e muito doce.
Comercialização
A família também abraçou o novo negócio. Esposa, filho e os irmãos participam, incentivam e ajudam a comercializar os morangos. A produção, que hoje inclui a fruta in natura, congelada e geleias, é distribuída por toda a cidade, em feiras, supermercados e entregas particulares. “Eu vendo muito para o consumidor final e isso virou meu foco, pois ele quer um produto diferenciado. Investi em marca, rotulagem, embalagens, tudo para agregar valor”, relata o produtor.
Uma estratégia passou a ser as frutas destinadas para crianças. O produtor decidiu separar os morangos menores e vendê-los em embalagens com o rótulo “Morangos Kids”. “Tem uma ótima saída, até maior que os morangos grandes. As mães colocam na lancheira das crianças, por ser docinho e pequeno. Muitas vezes o produtor acaba congelando esses morangos menores, pois não têm tanta preferência quanto os maiores. Mas, desta maneira, consegui agregar mais valor”, destaca.
Hoje, Souza está investindo para dobrar sua capacidade de produção, atingindo 20 mil pés de morango até o final deste ano. O produtor também está no processo de certificação da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), que, a partir de parceria com o Sistema FAEP/SENAR-PR, vai conceder selos para as propriedades que seguem os preceitos das Boas Práticas Agrícolas (BPAs). “Meu objetivo é colocar no mercado um produto com diferencial”, diz Souza.
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Fonte: Sistema FAEP