A sexta parada do 3º Encontro Regional de Líderes Rurais – Cultivando Conexões, promovido pelo Sistema FAEP/SENAR-PR, reuniu o maior público até o momento. O evento em Maringá, na região Noroeste, atraiu 330 pessoas, nesta terça-feira (27), com 60% de mulheres. Ao longo do evento, o público se engajou em atividades que sensibilizaram sobre a importância do fortalecimento da representatividade e do despertar de novas lideranças no campo.
O evento contou com a presença do presidente da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, o deputado federal Tião Medeiros, que destacou a proximidade com o Sistema FAEP/SENAR-PR na sua formação como parlamentar voltado às demandas do agronegócio. Primeiro, a nível estadual, se engajando em conquistas como o reconhecimento do Paraná como área livre de febre aftosa sem vacinação e mudanças em relação ao Cadastro Ambiental Rural (CAR) no Estado. Agora, na esfera federal, onde participa das negociações de temas importantes ao agronegócio do Brasil, como a Reforma Tributária.
“Não há como dissociar o agronegócio ou qualquer outro setor produtivo da política. Às vezes, tem gente que não gosta, repudia. Eu sei que em algum momento a política foi demonizada. Mas quanto mais nos distanciamos, pior é e outras pessoas acabam tomando conta dos espaços. E, muitas vezes, vai parar na política gente que não leva nossas demandas adiante”, alertou Medeiros. “Por sorte, hoje, estou tranquilo em saber que temos uma bancada do agro forte no Congresso, bem conduzida por paranaenses”, complementou.
O presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR, Ágide Meneguette, enumerou momentos em que a mobilização do campo paranaense resultou em ganhos imensuráveis ao setor produtivo. Um deles foi a briga com o então governador Roberto Requião, 20 anos atrás, quando a FAEP entrou na Justiça, com base em critérios técnicos, para derrubar a proibição do cultivo de transgênicos no Estado. Mais recentemente, a agilidade do sistema sindical rural fez o governo estadual recuar de uma taxação do agro para um fundo logístico que penalizaria o agronegócio paranaense em mais de R$ 2 bilhões por ano.
“Quem tem organização, tem respeito. Estamos com essa formação de líderes para que a gente fortaleça o nosso exército para defender o agronegócio. Quero destacar que o principal motivo pelo qual começamos esse programa é a formação de lideranças. Precisamos reforçar o preparo de quem já temos e renovar nossos quadros, para que possamos defender com ainda mais força os interesses do produtor. Não podemos ser penalizados por políticas feitas por pessoas que não têm o conhecimento da agricultura”, enfatizou Meneguette.
Engajamento
O presidente do Núcleo dos Sindicatos Rurais do Norte e Noroeste do Paraná (Nurespar) e do Sindicato Rural de Mandaguaçu, Francisco Carlos do Nascimento, se mostrou satisfeito ao ver pessoas jovens participando do encontro. “Nós temos que pensar positivo, ocupar os espaços. Eu sou uma pessoa otimista e acredito que vamos dar a volta por cima e mostrar toda força que temos enquanto setor produtivo”, apontou.
Para o anfitrião do evento, o presidente do Sindicato Rural de Maringá, José Antônio Borghi, o sindicalismo precisa de pessoas preparadas e do engajamento coletivo. “Sindicato é participação, é vivência. Quando participamos do sindicato, podemos resolver alguns dos nossos problemas. Mesmo quando a gente não tem problema, dá para ajudar a resolver os dos outros e aprender com essas dificuldades. Temos que ser mais participativos, porque os desafios são grandes”, pediu Borghi.
Programação
A formação de laços dos participantes que vivem na mesma região é a tônica da programação do 3º Encontro Estadual de Líderes Rurais – Cultivando Conexões. Além de ter espaços previstos para a interação, as palestras e momentos lúdicos promovem a identificação entre produtores rurais por meio de temas comuns.
O consultor do Sistema FAEP/SENAR-PR Claudinei Alves, por exemplo, conduziu um momento no qual o público discutiu a solução de um problema enfrentado, no passado recente, pelo sistema de representatividade: a tentativa do governo estadual de taxar o agronegócio e criar um fundo de investimento em logística. Em novembro de 2022, essa proposta foi levada para a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e, com a rápida mobilização da classe produtora comandada pela FAEP, derrubado o caráter de urgência.
“Essa plateia é formada por líderes. Esse termo, liderança, é mais abrangente do que pensamos, está relacionado ao poder de influenciar outras pessoas. A aptidão para liderar existe em cada um de nós e é possível aprendermos e aprimorarmos isso. Para isso são esses eventos: formar líderes capazes de influenciar nas mais variadas esferas”, apontou Alves.
Outro ponto alto do evento envolve os técnicos do Departamento Técnico (Detec) do Sistema FAEP/SENAR-PR Alexandre Lobo Blanco e Helen Raksa, para a montagem de um quebra-cabeça, produzido especialmente para o encontro, demonstrando aos participantes como ocorrem as relações entre sindicato rural, SENAR-PR e os produtores rurais. Cada conjunto do artefato permite conhecer detalhes da oferta de cursos da entidade e como funciona o trabalho de mobilização feito a nível de sindicatos rurais.
A terceira dinâmica do evento, conduzida pelo coordenador do Departamento Técnico e Econômico (DTE), Jefrey Albers, e pelo gerente do Departamento de Planejamento e Controle, Henrique Salles Gonçalves, apresenta como ocorre a representatividade política exercida pelos sindicatos rurais nos municípios; pela FAEP, na esfera estadual; e pela CNA, no plano federal.
Cronograma
Antes de Maringá, o 3º Encontro Regional de Líderes Rurais já aconteceu em Londrina (15/06), Cambará (16/06), Pato Branco (20/06), Toledo (21/06) e Umuarama (22/06). Os próximos eventos serão em Campo Mourão (28/06), Guarapuava (29/06), Carambeí (05/07) e Campo Largo (06/07).
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Fonte: Sistema FAEP