O dólar fechou praticamente estável nesta segunda-feira, com as expectativas de ingresso de recursos após recentes captações de empresas sendo compensadas por compras pontuais de investidores atraídos pelo nível de 3,10 reais.
O dólar avançou 0,08 por cento, a 3,1260 reais na venda, depois de ter encerrado a semana passada com baixa acumulada de 0,90 por cento, sétimo período de queda seguido. Na mínima deste pregão, marcou 3,1051 reais.
O dólar futuro subia cerca de 0,15 por cento no final desta tarde.
- O dólar acabou se estabilizando nesse patamar em torno de 3,12 reais. Os investidores tentam ir além, furar os 3,10 reais, mas faltam novidades de peso – resumiu o diretor da mesa de câmbio da corretora Multi-Money, Durval Corrêa. Daí, compradores aproveitam e montam posições -
Especialistas entendem que a pressão sobre o dólar é de queda, diante de expectativas de entradas de recursos de fora diante de captações feitas por empresas. Nesta sessão, foi a vez da Vale, que pretende emitir bônus no exterior com vencimento 2026, ainda sem valor fechado.
Na semana passada, foi a empresa de alimentos JBS, que levantou 2,8 bilhões de dólares por meio de uma linha de crédito garantida. Antes dela, vieram a Petrobras e a Raizen, por exemplo.
- O investidor não vai ficar comprado (apostando na alta) em dólar se sabe que o fluxo vai deixar o dólar mais barato – justificou um operador de câmbio de uma corretora nacional.
O volume negociado nesta sessão foi fraco, o que contribuiu para o vaivém da moeda no período da tarde.
No exterior, o dólar também mudou de trajetória e favoreceu a leve correção doméstica. A moeda norte-americana passou a subir ante os pesos mexicanos e chileno e exibia também leve alta ante uma cesta de moedas.
Na maior parte da sessão, entretanto, o dólar recuou sobre moedas emergentes. Na sexta-feira, dados do mercado de trabalho norte-americano mostraram, apesar do forte crescimento na criação de vagas em janeiro, ganhos salariais mais tímidos, o que enfraqueceu um pouco as apostas para as altas de juros nos Estados Unidos.
Pesquisa da Reuters com os principais bancos em Wall Street indicou que as perspectivas são de que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, vai elevar a taxa básica de juros do país em duas ocasiões neste ano e viam apenas modesto risco para que o Fed seja pressionado a adotar ritmo mais agressivo de aperto da política monetária. No final de 2016, a autoridade estimou três elevações dos juros em 2017.
Juros mais altos nos Estados Unidos tendem a atrair para a maior economia do mundo recursos hoje aplicados em outras praças, como a brasileira.
O Banco Central brasileiro não anunciou qualquer intervenção no mercado de câmbio local nesta sessão. Recentemente, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, disse que a autoridade pode rolar apenas parcialmente ou até mesmo não rolar o swap cambial tradicional –equivalente à venda de dólares no mercado futuro– de março, equivalente a quase 7 bilhões de dólares.
Fonte: Reuters