O benefício econômico e social gerado por cadeias produtivas do agronegócio e o papel estratégico para a garantia da segurança alimentar reforçam a relevância do campo para o meio urbano, mostrou a conferência de abertura do 3° Fórum de Agricultura da América do Sul. Os debates foram iniciados nesta manhã e seguem até a sexta-feira (13) no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba.
O gerente do núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo e coordenador do evento, Giovani Ferreira, lembrou que discutir a relação entre campo e cidade é debater o futuro do agronegócio. E os países sul-americanos devem buscar ser coadjuvante nesse processo.
- Não podemos ser meros fornecedores. A América do Sul é mais do que isso – disse.
Nesse cenário, as discussões promovidas durante o Fórum também se tornam referência para o setor público, detalhou Edilson Guimarães, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
- Esse tipo de evento é muito importante para entendermos o que o setor privado e também os demais países pensam sobre o futuro do agronegócio – disse.
O Secretário Estadual da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, destacou a forte evolução do agronegócio nas últimas décadas, incorporando tecnologia e práticas pioneiras de manejo. O próprio Paraná se converte em um exemplo de como essa transformação se tornou relevante.
- Embora tenhamos 400 municípios, 92% deles são rurais. E nesses municípios quase 37% da população é rural – frisou.
Isso faz com que o meio urbano dependa mais do campo, complementou o diretor do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Orlando Pessuti.
- Desde os tempos da faculdade eu já participava de discussões em que ficava claro que a cidade devia olhar de forma mais respeitosa para o campo – falou.
Modelos como o cooperativismo já comprovam os efeitos dessa aproximação, lembrou João Paulo Koslovski, presidente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar).
- As cidades que têm cooperativas tem um Índice de Desenvolvimento Humano acima da média, provando que criou-se uma sinergia entre o campo e a cidade. Estamos nas comunidades e queremos desenvolve-las – detalhou.
Mais do que produzir, deve-se também buscar uma distribuição equilibrada dos alimentos que chegam à cidade, lembrou Lia Paludo, superintendente da Secretaria Municipal do Abastecimento da Prefeitura Municipal de Curitiba.
- Curitiba e a região metropolitana respondem hoje por 40% do consumo de alimentos do Paraná. Por outro lado, 53,7% da população dessa região têm problemas de sobrepeso e obesidade – comparou. Assim, cabe ao poder público proporcionar o acesso aos alimentos para quem tem dificuldade – reforçou.
Fonte: Gazeta do Povo