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2016: ANO DE CAUTELA E MARGENS APERTADAS PARA PECUÁRIA DE CORTE

Goiânia/ Goiás (15/03/2016) - “A pecuária de corte vive um momento de cautela e com margens apertadas”, avaliou o zootecnista e consultor de mercado, Gustavo Figueiredo, durante mais uma edição dos Encontros Regionais da Pecuária de Corte, realizado na última semana, na cidade de Palmeiras de Goiás. O evento é realizado pela Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás – FAEG, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás – SENAR/GO.

O consultor garante que o momento do setor é reflexo da atual crise econômica e política brasileira, responsável pelo aumento da carne e diminuição do preço do boi. “Intenção de consumo do brasileiro atingirá no próprio bolso, o que significa que o consumo por carne bovina diminuirá e a demanda pela carne de aves e suíno aumentará. Isso tudo é reflexo da atual situação econômica por meio do aumento da taxa Selic e principalmente da inflação. A carne bovina veio em expansão de evolução que o consumidor não está conseguindo acompanhar”, destacou.

Mauricio Velloso

De acordo com o Presidente da Comissão de Pecuária de Corte da FAEG, Maurício Velloso (foto acima), o setor da pecuária vive de acordo com a oferta. “Durante um período o setor da pecuária de corte foi tão bom que mesmo se o produtor fizesse errado continuaria ganhando. Entretanto isso mudou, hoje a pecuária vem passando por uma mudança de cenário e produção em busca da competitividade”.

Geraldo Marquez de Macedo

Geraldo Marquez de Macedo, 82 anos, agropecuarista de gado de cria e recria, acredita que o pecuarista não tem instruções ou conhecimento suficiente sobre o mercado bovino. “Sempre procuro aprender e incorporar novas tecnologias em minha produção. Tudo através de um auxílio técnico e na procura de conhecimentos do que acontece no setor. Precisamos e sabemos que devemos estar informados sobre o atual mercado e por isso ouvir consultores de referência é de suma importância”, disse.

O Presidente do Sindicato Rural (SR) de Palmeiras de Goiás, César Savini Neto, complementou a fala do pecuarista agradecendo a presença de cerca de 200 pessoas em busca de informação. “Todos estão aqui hoje em busca de conhecimento e informação sobre um dos mercados que futuramente sustentará o mundo. Hoje temos aqui pecuaristas que estão há muito tempo no setor, os que estão em médio tempo e estudantes que serão o nosso futuro do nosso setor”.

 Pecuária de precisão é opção para ajustar-se ao mercado
“Fazer pecuária de precisão é ajustar-se continuamente ao mercado, usar os recursos disponíveis com máxima eficiência, reduzir custos e melhorar a produtividade”, explicou a consultora de mercado, Lygia Pimentel, durante outro Encontro Regional de Pecuária de Corte, realizado no dia 11 de março,  na cidade de Quirinópolis.

Segundo a consultora, a ideia é buscar animais que produzam mais comendo menos ingredientes que possam substituir o milho e aditivos, e que otimizem a atividade ruminal, automação de processos para economizar mão de obra, instalações mais funcionais e técnicas de manejo que garantam o bem-estar animal. Tudo isso, de acordo com Lygia, é pecuária de precisão.

Para ela, é uma opção favorável e previsível para o mercado brasileiro de confinadores, já que a atividade não vive mais de lucros especulativos. “Algumas técnicas de precisão já estão disponíveis no Brasil, mas demandam aperfeiçoamento ou incorporação a sistemas integrados. Sobrevirão aqueles que souberem usá-las a seu favor, em resposta às demandas mercadológicas futuras”, salientou.

Heinz Guderian

Procurando por informações sobre as novidades do mercado e principalmente da atividade pela qual trabalha há anos, o pecuarista Heinz Guderian (foto acima) vê no setor uma possibilidade de avanço no incremento da sua produção. “A pecuária de corte demanda mudança rotineira na produção, o que nos exige profissionalismo e adequação ao mercado. Os Encontros de Pecuária de Corte são fundamentais para que isso aconteça, porque traz ao nosso município as informações que tanto precisamos”, destacou o produtor que trabalha na atividade da pecuária de corte em sua propriedade de 300 hectares.

Sistema Integração-Lavoura-Pecuária é opção para rentabilidade da agropecuária
Nesta edição, a consultora de mercado e palestrante, Lygia Pimentel falou aos presentes sobre o “Cenário Econômico e Perspectivas para a Pecuária de Corte”, mas em especial, destacou as potencialidades da integração entre lavoura e pecuária. “Uma das opções adotadas pelos pecuaristas brasileiros para garantir a qualidade de pastagens, reduzir custos e minimizar a volatilidade nos resultados financeiros, dizem respeito ao sistema de Integração-lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF)”, disse a consultora, em outro Encontro Regional de Pecuária de Corte, realizado em Catalão (GO).

Para a consultora o sistema contribui com os índices zootécnicos e econômicos da produção. “Não é preciso fazer adubação, tratar das pastagens, usar herbicida, porque tudo isso vem do custo da agricultura. Com a integração temos uma diluição de custos e uma qualidade da pastagem pós agricultura com alcances altíssimos. Então esse ganho leva a pecuária a um nível tecnológico muito superior”, enfatizou.

O produtor rural e fiscal agropecuário, João Irineu Da Mata, 33 anos, ressalta que os pecuaristas devem buscar alternativas para melhorar a rentabilidade e aumentar sua produção. “A minha visão do setor da pecuária de corte é de boas perspectivas. Acredito que o mercado está bom, mas com a necessidade grande de investimentos e melhorias na intensidade da produção devido à concorrência com outros setores. E uma das alternativas está no ILPF, já que o produtor pode trabalhar com o uso intensivo do solo e dos recursos naturais”, disse.

Produtor em Minas Gerais de gado de corte, João que mora em Catalão, destaca o objetivo que o trouxe para o Encontro de Pecuária de Corte. “O que me trouxe para o evento foi a vontade de me atualizar no mercado da pecuária de corte e está em contato com os outros pecuaristas”.

Sobre os Encontros Regionais de Pecuária de Corte

José Mario Schreiner
Fazendo a abertura dos Encontros de Pecuária de Corte, o presidente da FAEG, José Mário Schreiner, destacou aos presentes que a lição mais valiosa do circuito diz respeito ao valor de um produtor bem informado e antenado com as oscilações do mercado. “Um produtor informado traz economia e desenvolvimento para sua produção. O nosso objetivo maior e levar o que está sendo discutido e as perspectivas para o mercado da pecuária”, ressaltou.

A FAEG realiza os Encontros Regionais de Pecuária de Corte porque entende que, cada vez mais, a profissionalização do produtor deve chegar à comercialização dos produtos da agropecuária. Isso transmite eficiência e busca oferecer garantias à cadeia produtiva. Para a pecuária de corte, a Federação realiza ainda o Programa Pesebem, que acompanha o abate e garante a pesagem correta dos animais.

Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás – FAEG
sistemafaeg.com.br

 

Fonte: Canal do Produtor



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