O governador Fernando Pimentel participou , na Serraria Souza Pinto, em Belo Horizonte, da abertura da 1ª edição do Festival do Queijo Minas Artesanal, encontro encerrado no último domingo (30/7). Durante a cerimônia de abertura, Fernando Pimentel assinou dois despachos na ordem de R$ 2,2 milhões que serão usados para aprimorar a produção de queijo minas artesanal (QMA), além de fomentar novas pesquisas sobre a produção de leite e seus derivados.
Em seu pronunciamento, o governador destacou a importância do reconhecimento da riqueza do queijo mineiro para cultura e história do Estado.
- Nós estamos celebrando aqui, em primeiro lugar, um produto típico de Minas Gerais, que faz parte da nossa alma, da mineiridade, que é o queijo. Não existe mineiro sem queijo, não existe queijo no Brasil sem referência a Minas Gerais. Então, não é uma celebração trivial, é uma celebração muito importante para a nossa gastronomia, para a nossa cultura, para aquilo que nos faz ter orgulho de Minas Gerais – destacou.
Durante o evento, o governador voltou a destacar a relevância do trabalho dos mineiros, citando a cadeia produtiva do leite como exemplo de setor que representa esforço e dedicação dos trabalhadores do Estado.
- Eu acho que não tem uma cadeia produtiva que simbolize tanto o trabalho quanto a cadeia produtiva do leite. Porque o leite é todo dia, não tem feriado, não tem domingo, não tem férias, não tem dia de sol e dia de chuva, é todo santo dia, e duas vezes por dia o produtor de leite tem que estar a postos tirando o leite na matriz, e aí processando essa cadeia produtiva que é cada vez mais geradora de renda, de riqueza e de orgulho para nós todos de Minas Gerais – reforçou.
Durante o evento, promovido pelo do Sistema Faemg e pelo Sebrae, com patrocínio da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), o presidente da Faemg (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais) comemorou o envio pelo governador à Assembleia Legislativa de Minas Gerais de uma proposta que cria um fundo indenizatório de apoio ao sistema de emergência sanitária animal, demanda antiga do setor.
- O governador encaminhou hoje o projeto de lei que cria o fundo sanitário e isso também beneficia a cadeia do leite. Com recursos desse fundo, a gente pode acabar com doenças como brucelose e tuberculose do rebanho mineiro, que já tem pouca incidência, mas com isso podemos, definitivamente, erradicar, garantindo qualidade do produto aos consumidores – finalizou.
Premiações
Os produtores de Queijo Minas Artesanal que participaram do festival receberam 12 medalhas no Salão Internacional do Queijo, realizado na cidade de Tours, na França. O festival analisou mais de 700 produtos de mais de 20 países e Minas Gerais trouxe na bagagem uma medalha Super Ouro, uma de ouro, sete de prata e três de bronze.
A produtora Marly Leite, que desde criança acompanha a produção da iguaria na Fazenda Caxambu, município de Sacramento, na microrregião de Araxá, afirma que o reconhecimento é fruto de trabalho de várias pessoas e de aperfeiçoamento da receita que perpassou várias gerações de sua família. O queijo Senzala, que recebeu a maior premiação do torneio, é certificado pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), o que atesta a qualidade do seu processo de fabricação e permite que ele seja vendido em qualquer ponto do Estado. A produtora recebe assistência técnica da Emater-MG.
- Quando começaram a surgir as certificações, nós passamos a ter a marca ‘queijo’ e, a partir daí, houve uma propagação e maior reconhecimento – afirmou.
O produtor Túlio Madureira, premiado com uma medalha de prata (Queijo Kankrej) e outra de bronze (Queijo do Gir) no Salão Internacional, diz que a produção da iguaria é uma tradição há cinco gerações na sua família e que, à medida em que os produtores começaram a investir no processo de maturação do produto, a qualidade aumentou e, com isso, veio o reconhecimento.
- Deixei de vender uma peça a R$ 8,00 para vender a R$ 50,00 e já cheguei a vender por até R$ 250,00 – revelou.
Para ele, a base de todo esse processo é o reconhecimento pelos órgãos de controle e fiscalização e a legalização desse produto.
- O processo de legalização é a base para isso. O que a gente busca com o processo de cadastramento é regularizar as questões sanitárias. Hoje, todos os setores do queijo demandam pesquisa, desde quando ele está fresco na banca até o processo de maturação e utilização dos fungos e leveduras. A questão da qualidade do queijo e o saber fazer está preservado – disse.
Festival Queijo Minas Artesanal
O encontro reuniu produtores das sete regiões oficialmente reconhecidas pelo Estado: Araxá, Campos das Vertentes, Canastra, Cerrado, Serra do Salitre, Serro e Triângulo Mineiro, além de chefs de cozinha e representantes do setor. A ideia do festival é fortalecer e incentivar a produção e comercio do queijo artesanal feito com leite cru. O produto, mundialmente reconhecido faz parte da identidade sociocultural do Estado, e é a principal fonte de renda de 30 mil pequenos produtores em 600 municípios, segundo dados da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais.
Fonte: Emater MG