O Primeiro levantamento da safra brasileira de café de 2017, da Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, vinculada ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – Mapa, prevê que a produção brasileira deverá ser de 43,65 a 47,51 milhões de sacas de 60 kg. Caso atinja o limite superior, a produção brasileira corresponderá a 31,3% da produção global no ano cafeeiro de 2016/17, a qual foi estimada em 151,6 milhões de sacas pela Organização Internacional do Café – OIC. E o Valor Bruto da Produção – VBP, estimado pela Secretaria de Política Agrícola – SPA/Mapa, prevê que o faturamento bruto do setor será de R$ 22,18 bilhões nesse ano.
O ponto médio do intervalo da produção dos Cafés do Brasil, estimado para 2017 pela Conab, indica uma safra de 45,58 milhões de sacas de 60 kg, com 36,45 milhões de sacas de café arábica e 9,13 milhões de sacas de café conilon. Caso esses números se confirmem, a produção brasileira terá redução de aproximadamente 11,3% em relação a 2016, que foi de 51,37 milhões de sacas. Esse decréscimo da produção ocorre principalmente devido à bienalidade negativa do café arábica na maior parte dos estados produtores, o que resulta numa produtividade média menor do que a do ano anterior.
O Primeiro levantamento aponta ainda que a produção de café arábica deverá ser de 35,01 a 37,88 milhões de sacas em 2017, com redução de 12,7% a 19,3% em relação à safra desta espécie de café em 2016 – que foi de 43,38 milhões de sacas. Vale ressaltar que a Conab aponta em sua análise que “o melhor manejo e pacote tecnológico elevado utilizado pelos produtores tem levado, ao longo dos anos, numa diminuição da diferença entre as produtividades de ciclos positivo e negativo”, ou seja, que os avanços tecnológicos têm reduzido gradativamente os efeitos da bienalidade mencionada, pois, em geral, a cafeicultura brasileira alterna safras altas com safras baixas.
Com relação ao café conilon, o Primeiro levantamento da safra brasileira de 2017 estima que serão produzidas de 8,64 a 9,63 milhões de sacas, com um crescimento de 8,1% a 20,5% com relação a 2016, que foi de 7,99 milhões de sacas. Segundo ainda a Conab, “este resultado se deve, sobretudo, à recuperação da produtividade nos estados da Bahia e Rondônia, bem como ao processo de maior utilização de tecnologias como o plantio de café clonal e ao maior investimento nas lavouras”. No Estado do Espírito Santo a seca e a falta de água para irrigação, associados a altas temperaturas nos últimos três anos, interromperam uma sequência contínua de aumento da produção, reduzindo cerca de 50% do café conilon capixaba no período de 2014 a 2016. Conforme o documento da Conab, com a regularização das condições climáticas no Espírito Santo em 2017, estima-se uma recuperação da produtividade em relação à safra anterior, mas, devido à redução da área produtiva, o volume deverá se manter estável.
Área de produção estimada pela Conab – A área plantada de café no País totaliza 2,23 milhões hectares neste ano, dos quais, 1,9 milhão de hectares (85%) estão em produção e 332 mil hectares (15%) em formação. Os seis estados brasileiros com maior área plantada de café são: Minas Gerais, em primeiro, com 1,22 milhão de hectares; Espírito Santo – em segundo – com 433 mil hectares; São Paulo – em terceiro – 216 mil hectares; Bahia – em quarto – 171 mil hectares; Rondônia – em quinto – 95 mil hectares; e Paraná, em sexto, com 49 mil hectares.
Mercado de café global – No plano internacional, o Relatório sobre o mercado de Café – dezembro 2016 da OIC estima que o consumo mundial será de 155,7 milhões de sacas e a produção mundial 151,6 milhões de sacas para o ano cafeeiro de 2016/17 que, para a OIC, vai de outubro a setembro de cada ano. A OIC destacou também que a produção de café arábica global poderá alcançar um volume recorde de 93,5 milhões de sacas.
Com base nos documentos citados da Conab e da OIC, disponíveis no Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café, se considerarmos a participação da produção do Brasil no mercado cafeeiro mundial, no ano de 1997, quando o Consórcio foi criado, em comparação com 2017, verificaremos que há 20 anos o nosso País participava com apenas 19% desse mercado e, atualmente, nosso café abastece mais de 30% do mercado global.
Quanto ao Valor Bruto da Produção (VBP) do café de dezembro de 2016 (SPA/Mapa), o qual é elaborado com base nos preços médios recebidos pelos produtores, verifica-se que foi de R$ 25,18 bilhões em 2016 e que, para 2017, está estimado em R$ 22,18 bilhões. A diminuição de 12% prevista para o VBP do café deste ano, em relação ao ano passado, explica-se pela redução da safra decorrente principalmente da bienalidade negativa mencionada anteriormente.
Para ler na íntegra os documentos citados nesta análise/release, acesse os respectivos links:
Primeiro levantamento da safra brasileira de café de 2017, da Conab
http://www.sapc.embrapa.br/arquivos/consorcio/levantamento/conab_safra2017_n1.pdf
Relatório sobre o mercado de Café – dezembro 2016, da OIC
Valor Bruto da Produção (VBP), da SPA/Mapa
Confira todas as análises e notícias divulgadas pelo Observatório do Café no link abaixo:
http://www.consorciopesquisacafe.com.br/index.php/imprensa/noticias
Fonte: Embrapa Café