O programa de melhoramento genético de batata da Embrapa, ao longo de sua existência, tem envolvido múltiplas parcerias, seja no Brasil ou no exterior, o que dá o tom de sua importância dentro da cadeia produtiva da hortaliça. Nesse contexto, os esforços despendidos pelas instituições envolvidas têm registrado avanços satisfatórios, e que podem ser contabilizados pelo desenvolvimento de novas cultivares mais produtivas, com maior resistência a doenças e bom aspecto comercial.
Para discutir progressos e antecipar cenários relacionados ao programa, periodicamente são promovidos encontros entre pesquisadores, técnicos e produtores, como a tarde de campo realizada nas dependências do Escritório de Canoinhas (SC) da Embrapa Produtos e Mercado, no último dia seis de dezembro.
Além da Embrapa Produtos e Mercado, o evento contou com a participação das Unidades Hortaliças (Brasília-DF) e Clima Temperado (Pelotas-RS), do Centre de Recherche Les Buissons (CRLB – Canadá), da Associação Brasileira da Batata (ABBA), do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), da Empresa de Pesquisa e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e de produtores de batata semente, batata consumo e batata indústria.
Na ocasião, foram apresentados 34 clones de batata que estão sendo testados pela Embrapa sob contrato de cooperação firmado entre a Embrapa e o CRLB, avalizado pela ABBA, e que prevê o desenvolvimento conjunto de cultivares que serão selecionadas visando sua adaptação às condições brasileiras.
- A perspectiva é lançar essas cultivares como variedades comerciais – adianta o pesquisador Giovani Olegário, do Escritório de Canoinhas.
Segundo o pesquisador, os clones em fase de testes são resultados de cruzamentos realizados no Canadá entre 1999 e 2005 e pré-selecionados para características agronômicas e de processamento industrial em condições de campo daquele país. Além dos materiais desenvolvidos pelo CRLB, foram apresentados também 16 clones avançados, pertencentes ao grupo de clones plantados em Canoinhas na safra II de 2016.
Resultados
Com base nas informações que acompanhavam cada clone desse último grupo, os participantes preencheram um formulário onde assinalaram os materiais que consideravam como os melhores, de acordo com a preferência individual. No cômputo geral, dos 16 clones da Embrapa apresentados quatro foram promovidos para ser validados nas principais regiões do País, alguns foram descartados e outros vão continuar sob avaliação, um resultado justificado por Olegário em razão do “maior acesso às informações sobre esses materiais, com base nos ensaios realizados em Canoinhas, Pelotas e Brasília”.
Igual procedimento deverá ser adotado com relação aos clones desenvolvidos no Canadá – selecionados os melhores, serão submetidos a testes de validação no Brasil.
Ao dimensionar o trabalho em questão, o pesquisador aponta como destaque a abertura de espaços na agenda institucional para mostrar, a exemplo da atividade em Canoinhas, os resultados dessa atuação conjunta da Embrapa e instituições parceiras, principalmente CRLB/Canadá e ABBA.
- Nesse sentido, foi muito importante a troca de informações entre os atores da cadeia da batata – produtores, pesquisa, indústria –, o que ajudou a avaliação e a escolha dos clones apresentados, cujo objetivo foi eleger aqueles com maior potencial de se tornarem novas cultivares – disse.
Fonte: Embrapa